O ator Rodrigo Simas comenta em entrevista a Contigo! Digital sobre papel no remake de Renascer e momento de transição na carreira
Destaque como o Venâncio do remake de Renascer, o ator Rodrigo Simas (32) afirma estar vivendo um momento de transição de menino para homem como artista. Ele reflete sobre seu amadurecimento cênico e fala da importância de abordar a transexualidade no horário nobre.
Você assistiu à primeira versão de Renascer?
"Só assisti ao primeiro e ao segundo capítulos e foi muito legal, é uma novela que, para a época, era inovadora, a maneira de filmagem e tudo mais. Eu optei por não assistir mais para não me influenciar, foi uma escolha mesmo. Talvez num próximo remake, se eu fizer, eu assista, não é uma regra, mas é que pra mim fez sentido nesse momento".
A sua trama era uma das mais esperadas da novela, porque fala sobre transexualidade. Como tem sido contar a história do amor entre José Venâncio e Buba (Gabriela Medeiros)?
"Posso dizer que estou muito feliz de fazer parte dessa trama. É um novo momento, acho que há 30 anos era dito de uma forma completamente diferente, hoje se fala mais sobre e é um tema muito legítimo, que eu acho que a gente está fazendo com muita dignidade e muita verdade mesmo. Eu acho que tem que naturalizar e não ser uma grande questão, porque a partir do momento que não é uma grande questão, passa a ser normal e é normal, entende? O lance é que quando vira pauta, começa a fazer um grande alarde numa coisa que não é necessária, somos todos seres humanos e somos todos pessoas que existem. Eu acho que é uma grande vitória a gente estar falando sobre isso, tendo esse relacionamento com profundidade. E eu fico muito honrado de estar fazendo isso com a Gabriela, que é uma atriz maravilhosa, mais nova do que eu, mas fico honrado de estar ao lado dela, construindo essa história, junto nesse triângulo com a Sophie Charlotte, é uma grande honra".
A paternidade agora virou uma pauta entre Buba e Venâncio. Essa é uma questão na sua vida também? Você pensa em ser pai?
"Eu penso, eu penso em não ter [risos]. Eu digo nesse momento, não é algo que passa pela minha cabeça, pela minha história nesse momento. E com a Agatha [Moreira, namorada dele] também, ela tem o mesmo pensamento, então a gente não sente essa pressão de precisarmos ter. Nós acompanhamos os meus irmãos que têm filhos, amigos meus que também têm filhos e é uma responsabilidade muito grande que, nesse momento, a gente escolhe não ter e não pensar sobre".
Na primeira versão do folhetim, seu personagem tem um desfecho trágico. No remake ele terá o mesmo destino? Fica pensando nisso?
"Eu estou construindo a partir desse momento, paramim é a trajetória dele, não é uma questão. Eu acho que vai ser importante porque já aconteceu, como é um remake, mas é uma obra aberta também, então não sei, não tem uma expectativa. Eu estou vivendo um dia de cada vez. A gente até recebeu muitos capítulos antes de começar e foi uma coisa que eu decidi não olhar para o futuro e começar a focar no início, para ir acompanhando aos poucos, porque quando eu comecei a ler o depois me confundi um pouco na história, porque eu tinha que estar no antes. Então, uma coisa de cada vez, ainda tem muita coisa para gravar e está tudo certo".
Você tinha acabado de protagonizar a série do Globoplay As Aventuras de José e Durval e estreou a novela e o filme Apaixonada. Como vê essa fase da carreira?
"Eu acho que estou no momento de transição, de um menino para um homem, no sentido de amadurecimento cênico, artístico. O monólogo que eu fiz, acho que não só ele, a série também das aventuras de José e Durval, mas o monólogo Prazer, Hamlet foi um divisor de águas como um artista e como ser humano. Então, eu me sinto numa nova fase da minha vida como ator e espero estar só começando".