Trama da Globo foi a única novela de Sandy e também contou com a participação da dupla da cantora, seu irmão mais novo, Júnior Lima
Publicado em 12/03/2025, às 16h01
Em 12 de março de 2001, há 24 anos, a Globo estreou Estrela-Guia como sua nova novela das seis. A trama de Ana Maria Moretzsohn foi protagonizada pela cantora Sandye contou com a participação da dupla musical da famosa, seu irmão mais novo Júnior Lima. Relembre a única novela da dupla.
A trama de Ana Maria Moretzsohn, como destaca o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, foi pensada para conciliar a intensa agenda de shows da dupla Sandy & Junior com a carreira televisiva da cantora, que já fazia sucesso ao lado do irmão no seriado que levava seus nomes.
O projeto de Estrela-Guia nasceu da ideia de capitalizar o sucesso de Sandy como cantora e atriz, aproveitando a grande popularidade da dupla musical. Com um enredo que misturava espiritualidade, romance e diferenças culturais, a novela apresentou Cristal (Sandy), uma jovem criada em uma comunidade alternativa que, após a morte dos pais, se vê obrigada a viver em um ambiente completamente diferente. Seu tutor, Tony (Guilherme Fontes), assume sua guarda e, com o tempo, os dois acabam se apaixonando.
O papel de Tony, segundo Xavier, foi disputado por diversos atores, e Fontes acabou escolhido mesmo após um período afastado da televisão. Seu personagem era significativamente mais velho que Cristal, o que gerou discussões entre o público sobre a diferença de idade do casal.
Além de Sandy, Estrela-Guia contou com a presença de Júnior Lima, que interpretou Zeca, um pequeno malabarista de rua. O elenco trazia ainda nomes como Carolina Ferraz, na pele da vilã Vanessa, Lília Cabral como a extravagante Daphne Pimenta, e Rodrigo Santoro, que vivia o playboy Carlos Charles.
A novela também marcou a estreia de Sérgio Marone e Graziela Moretto na teledramaturgia e foi a primeira participação de Thiago Fragoso em uma novela da Globo. Já a iniciante Thaís Fersoza, relembre o Teledramaturgia, se destacou como Gisela, cuja aparência moderna e cabelo laranja fizeram sucesso entre as adolescentes da época.
Xavier explica que a novela teve apenas 83 capítulos e, por ter sido concebida como uma novela curta, não enfrentou os problemas comuns de “barriga” no enredo e manteve uma audiência estável. O envolvimento de Sandy e Júnior garantiu uma base fiel de fãs, e a novela se tornou um marco na carreira da cantora.
Apesar do sucesso com o público, a abordagem de Estrela-Guia sobre esoterismo e misticismo gerou reações negativas de grupos religiosos, incluindo católicos, metodistas e evangélicos. Líderes da Igreja Católica chegaram a afirmar que a personagem de Sandy possuía "características não cristãs", enquanto a Igreja Metodista do Brasil aconselhou seus fiéis a evitarem as novelas da Globo, como Um Anjo Caiu do Céu e Porto dos Milagres.
A novela também não escapou de críticas de comunidades alternativas: a trama foi alvo de críticas por supostamente simplificar e estereotipar a cultura hippie. A revista IstoÉ apontou que, com figurinos de butique e um tom de fábula moralista, a novela teria esvaziado o significado do movimento, reduzindo sua profundidade a um cenário idealizado.
Eternamente lembrada pela personagem, Sandy nunca mais voltou a atuar em novelas. Seu foco permaneceu na música, consolidando sua carreira solo nos anos seguintes.
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