Giselle Itié revela abuso sexual e tentativa de suicídio na adolescência: "Meu corpo era nojento"

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Carolinie Figueiredo, Giselle Itié e Samara Felippo encararam seus maiores medos ao relatarem uma série de abusos que sofreram em seus últimos relacionamentos. As artistas se juntaram ao projeto Exaustas, um podcast produzido pela Wondery nos estúdios da Amazon, e que estreia nesta quinta-feira (26). Logo no primeiro episódio, a protagonista de Bela, a Feia (2010), revelou que perdeu sua virgindade aos 17 anos em um estupro. A situação mexeu completamente com a atriz mexicana-brasileira, que tentou até mesmo tirar sua própria vida após sofrer o abuso sexual.

Em seu relato, Giselle Itié confirmou que tinha um pesadelo recorrente, em que ela estava em uma floresta fugindo de um ou vários homens: "Homens que eu conhecia, da família. Muitas vezes, eu não dormia, pois tinha medo de ser pega no meu sonho. Até que um ex-namorado, meu primeiro ex, se suicidou. E foi aí que eu comecei a questionar o meu lugar".

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"Quanto mais eu me tornava mulher, mais objetificada me sentia. E o descartável foi crescendo, e comecei a me machucar. De verdade. A me cortar. Até que eu tentei tirar a minha vida. As várias situações que me atravessaram só confirmaram o quanto meu corpo era nojento, meu corpo era doloroso", acrescentou.

A atriz ainda esclareceu que quando ainda era adolescente, ela foi vítima de um abuso sexual: "Com 17 anos, eu perdi a minha virgindade em um estupro. E foi neste momento que eu me perdi de vez e compreendi o quanto eu era oca. Passei a ter uma depressão profunda, bulimia, anorexia nervosa. Eu me cortava, e tudo que eu queria era desaparecer de vez (...) O quanto a cultura do estupro nos mutila, desde crianças, desde meninas (...) É sempre dentro de casa. A violência é sempre dentro de casa. A maioria das vezes", concluiu.

Durante a conversa com Carolinie Figueiredo e Samara Felippo, Gisele Itié confirmou que essa foi a primeira vez que ela comentou sobre o abuso sexual. "É a primeira vez. Juro. Foi a primeira vez. Eu falei: 'Não, eu preciso'. Porque isso foi vindo, de cortar... Acho que a minha mãe nem... É importante a gente falar. E falar cura. E eu sei que as mulheres e meninas que estão nos escutando, vão se curar também", explicou.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko