De volta à TV Globo, ela fala do fim do casamento com Floriano Peixoto
Quando é perguntada se está com novo namorado, Christine Fernandes, 50 anos, diz que está fechada para se divertir. O coração, ela garante, está em paz, a cabeça no lugar e se sentindo mais tranquila do que na juventude, a atriz de Orgulho e Paixão admite que não precisa de ninguém para ser feliz. “Aproveito cada coisa, da lágrima à gargalhada. Um dia sempre após o outro e vou descobrindo meu caminho”, avalia ela, que anunciou a separação de Floriano Peixoto, 58, há seis meses. Os dois ficaram juntos 18 anos e tiveram um filho, Pedro, 15. Apesar da mudança na família e na relação com o ator, Christine conta que mantém a amizade com o ex. “Fomos melhores amigos durante tantos anos e não queremos nunca perder isso. Estamos unidos eternamente em torno do Pedro.” Se a vida afetiva caminha com suavidade, a profissional também está no mesmo rumo. São 23 anos de profissão, muitos personagens, mas mantendo o mesmo vigor de sua estreia na TV na novela Quatro Por Quatro (Globo), em 1994.
Você está completando 23 anos de carreira. Que balanço faz de sua trajetória?
Sério? 23 anos?! Bolei! (risos). Não contabilizo tempo muito bem. É algo que não me ligo tanto, mas, quando penso em 23, parece muito, no entanto, me sinto sempre iniciando. Uma coisa percebo: passei da fase de sofrer com minha carreira. Achava que podia controlar tudo, erro básico. Busco apenas aumentar meus limites e isso é maravilhoso e libertador. Foi o que aprendi nessa estrada de 23 anos.
Orgulho e Paixão celebra este marco?
Olha eu de novo, perdida no tempo. Fiz trabalhos de época algumas vezes. Adoro textos de época. Me levam para um universo muito rico, referências de literatura e cinema.
Faria algo diferente na profissão?
Se eu pudesse, seria menos ansiosa com a minha carreira, como sou hoje, e teria tido mais calma, sido menos impulsiva. Certamente teria sofrido menos. Mas tudo é aprendizado. Gosto da minha história.
A beleza em algum momento foi uma barreira para a carreira?
Acho que tudo está na nossa cabeça e, de alguma forma,a gente projeta. Eu me “escondi” muito, talvez para não ser vista como bonita. Queria ser boa e achava, erroneamente, que eram adjetivos excludentes. Portanto, a resposta é não. Nada me atrapalhou. Eu é que me atrapalhava com o que eu não sabia lidar no passado.
O que mudou na Christine aos 50 anos? Está mais sensual?
Eu tenho paz e isso se reflete em tudo. A sensualidade, como a beleza, é subjetiva. Está nos olhos de quem vê. Aos meus olhos, estou melhor hoje do que há 20 anos atrás.
O passar do tempo é um desafio?
A passagem do tempo é linda. Ao nascer, já estamos em processo de morte. Envelhecer é o trato que todos nós fazemos se quisermos ter uma vida longeva. Há de se achar beleza em todas as fases. Cada vez mais creio que somos “consciências” que habitam “corpos”. Fica mais tranquilo lidar com a vida e com a morte sob este olhar. E não sofrer demais com a degradação do corpo.
Tem uma história de amor com os esportes. Como mantém a forma?
Acho que a vida pregressa de atleta me deu musculatura para ter saúde. Me sinto saudável e de bem com meu corpo. E a adrenalina da atividade física, que pratico até hoje, também me enche de gás e tesão. Tem uma frase de Shakespeare que traduz muito bem o que eu penso: “Meu corpo é um jardim, minhas vontades, o jardineiro”. Saca?
Ainda acredita em amor? O que um amor precisa ter?
Acredito sempre no amor. Quando é amor a gente sabe. Quem conhece nunca esquece. Não há ingrediente mágico, é algo que se sente.
Quem é a Christine aos 50 anos?
A mesma dos 3, dos 15, dos 20, dos 30, mas bem melhor, com a experiência e aprendizado adquirido (e aplicado!). A centelha original, a curiosidade, ainda continuam intactas.