Para a consultora de marketing Carol Guimarães, uso das redes sociais e criação de uma narrativa explicam o sucesso da paraibana
Redação Contigo! Publicado em 04/05/2021, às 13h59
O Big Brother Brasil 21 está chegando ao fim e, com isso, um dos participantes irá adquirir o prêmio de R$ 1,5 milhão. Quem acompanha não só o programa e o pay per view, mas também as redes sociais, já tem uma ideia de quem deve ganhar o BBB21 nesta terça-feira (04). Em 100 dias de reality, a paraibana Juliette Freire conquistou uma legião de seguidores nas redes sociais, acumulando mais de 23 milhões de fãs.
Além do carisma e a narrativa que ela construiu no programa, não há como negar que o trabalho nas redes sociais da maquiadora foram fundamentais para consolidar o favoritismo e o surgimento do que o mercado publicitário já chama de "fenômeno".
Para Carol Guimarães, consultora de imagem com formação em publicidade e propaganda, todo reality se vale da construção de uma história, onde existem personagens fundamentais para a trama, daí os vilões, os mocinhos, os coadjuvantes e os que ficam de lado, as chamadas plantas.
Segundo ela, em edições anteriores do BBB, principalmente quando ainda não existia internet ou ela não era tão popularizada, isso não era um fator tão decisivo na construção de narrativas. A opinião do público ficava limitada a uma pequena parcela da audiência que assinava ao pay per view e à Rede Globo, que é responsável pela edição e exibição do programa.
"Com o crescimento das redes, o posicionamento midiático se tornou fundamental para ir bem no jogo. Como exemplo temos Manu Gavassi na edição passada, que usou de uma narrativa criativa pré-estabelecida, e agora a maquiadora Juliette, que se vale dos artifícios de marca pessoal para cativar o público”, explica Carol Guimarães.
A especialista afirma que foi realizada uma estratégia de posicionamento de imagem para construir o quebra-cabeça do personagem Juliette, que não deixa de ser uma peça na história contada pelo BBB21. Em uma edição marcada por diversos personagens que foram considerados vilões, como a cantora Karol Conká, que teve 99,17% de rejeição, Juliette Freire foi colocada como a "mocinha", ao ser oprimida pela vilã. Dessa forma, foi construída sua boa imagem, com grande ajuda das redes sociais.
“Os administradores das redes sociais usaram, por exemplo, diversos momentos engraçados, sensíveis e de acolhimento dela para construir uma imagem popular e carismática, que foi apresentada através de pequenas tiras em formato de postagens nas redes, montando um quebra-cabeça sobre quem é Juliette”, analisa ela.
A equipe da paraibana também se utilizou fortemente do fator identificação e causas, ao retratar com afinco questões como xenofobia e psicofobia, que causaram nos internautas o sentimento de empatia. "Juliette, logo no começo do programa, brigou com Karol Conká, que sempre se referia a ela como uma pessoa com problemas mentais e psicologicamente instável. Em outros pontos, era a origem da participante e seu modo de falar que geraram incômodo nos integrantes da casa", afirma a publicitária.
Nesse caso, ela explica que a equipe dela se aproveitou para lançar vários conteúdos nas redes, como forma de aproximação e entendimento, um exemplo é uma série que existe em seu Instagram chamada dicionário "juliettês".
A especialista destaca que apesar de outras pessoas também terem sofrido preconceitos dentro da casa, a paraibana foi a que melhor soube utilizar disso para branding marketing: “Essa imagem foi muito bem trabalhada pelas páginas de fofoca, que soltavam diariamente postagens sobre como a Juliette é uma pessoa boa, que de fato é, mas é preciso enxergar a maximização disso".
Carol Guimarães explica que a imagem de cada participante foi construída de forma diferente. Com Viih Tube, por exemplo, foi feito o inverso, já que as mesmas páginas que vinham mostrando uma imagem positiva da Juliette se atentaram a assuntos para o lado negativo com a youtuber. Como na questão da falta de banho, onde ela fica com uma imagem de pessoa suja. Ou com relação a puxação de saco dela com os líderes, passando a ideia de falsa. Segundo a especialista, todo mundo tem aspectos positivos e negativos, mas um lado é mais enfatizado que outro a depender de quem seja.
Sem esse tipo de posicionamento de imagem, é pouco provável que advogada tivesse crescido tanto em número de seguidores. Além disso, o trabalho com relação à marca pessoal Juliette conquistou uma base sólida de fãs, que se enxergam na participante.
“A característica dessa torcida também foi moldada pelo trabalho dos administradores. São pessoas altamente engajadas e que passam a atuar como grandes divulgadores e captadores de seguidores, uma propaganda boca a boca”, pontua Carol Guimarães. Os administradores das páginas criaram uma relação de proximidade com os fãs, criando mais identificação com a paraibana. Isso sem contar a identidade visual utilizada e a criação de um nome para os fãs, os "cactos".
Para a especialista, a estratégia de Juliette está bem consolidada e provavelmente será a adotada no pós-reality também. “Na minha visão está tudo planejado, há marcas com contratos engatilhados. Não há como negar que Juliette vende”, diz ela.
O fenômeno Juliette também pode ter sido um dos motivos que está fazendo a emissora rever como os administradores usam a imagem dos participantes nas redes, visto que em alguns casos eles se tornaram maiores que o programa em si.
Atriz famosa e marido são cotados para o BBB 25; saiba quem
Tadeu Schmidt vai deixar o BBB? Globo se pronuncia sobre suposta substituição
BBB: Saiba quem vai substituir Tadeu Schmidt em 2026
Globo confirma que BBB 25 contará com famosos e anônimos
Qual era o salário do Boninho na Globo? Ex-diretor vive vida luxuosa
'Internet é doente': Ex-BBB Leidy Elin teve depressão após BBB 24: entenda motivo