Com recados claríssimos do público e postura apática dos participantes, BBB22 terá reta final melancólica
Gustavo Assumpção Publicado em 21/03/2022, às 15h36
É difícil lembrar alguma reta final de reality show tão apática quanto este último mês de Big Brother Brasil 22 que o público terá a difícil missão de seguir acompanhando.
Não há mais histórias a serem contadas, não há mais embates para acontecerem e não existe mais qualquer interesse dos confinados pelo jogo. Todos parecem apenas esperar que o fim do programa chegue e que eles se livrem do compromisso que assumiram com a direção da Globo. Se saírem ilesos do cancelamento das redes sociais e com alguns contratos publicitários na conta, melhor ainda.
Com recados claros, o público deixou o jogo óbvio e sem graça. Já sabemos que Arthur Aguiar é o favorito, que o trio formado por Pedro Scooby, Douglas Silva e Paulo André não deixará a casa tão cedo e que, do outro lado, Laís, Eslovênia e Eliezer e seguem fazendo hora extra e cada dia mais distantes da final.
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Mesmo Linn da Quebrada e Jessilane, que poderiam render bons momentos, parecem que já entregaram os pontos: elas vão levando até onde dá, com uma falta de comprometimento que soa surpreendente se pensarmos em suas trajetórias tão fortes fora da casa.
Como se estivessem de férias, os brothers não tem qualquer interesse em gastarem um pouco de energia com conflitos ou com posicionamentos que poderiam gerar atritos - e entretenimento. Soou estranho, por exemplo, que Laís engoliu fácil a indicação de Arthur Aguiar ao paredão. Embora tenha reclamado com seus aliados, ela não confrontou o ator, não questionou suas motivações e aceitou passivamente uma eliminação que deve acontecer com altos índices de rejeição. Douglas Silva, também emparedado, está tranquilo e seguro, alimentado pela transparência do público nas últimas votações e por uma empáfia que, curiosamente, não incomoda o público. Postura que também aparece em outros brothers sem o menor constrangimento.
Até mesmo Gustavo, que tentou movimentar o jogo e colocar algumas questões sobre a mesa, já desistiu. Embarcou em um romance água com açúcar em que perdeu a espontaneidade, a combatividade e a vontade de enfrentar seus algozes.
O público merecia participantes mais comprometidos, mais interessados e, acima de tudo, que fossem menos apáticos com a oportunidade que tiveram nas mãos. De nada adianta sair de um reality show sem vivê-lo - está aí Gil do Vigor, Juliette Freire, Sarah Andrade e Felipe Prior para mostrar que o jogo compensa e pode ser muito lucrativo.
Se o BBB20 foi sobre representatividade e o BBB21 contou uma história sobre exclusão que coroou um dos maiores fenômenos já vistos na era das redes sociais, o BBB22 está, até o momento, preso em uma insignificância que torna esta uma decepção. Faltou garra, energia e, principalmente, respeito pelo público. Que essa edição chegue logo ao fim, pelo bem de todos nós.
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