Longe da Globo desde outubro de 2022, o ator Osmar Prado diz por que recusa convites em novelas da emissora; veja
Gabriela Cunha Publicado em 23/02/2024, às 20h58
O ator Osmar Prado, que encerrou seu contrato com a Globo em outubro de 2022, após 53 anos de casa, não tem papas na língua para falar sobre sua relação com a emissora. Em entrevista ao Estadão, publicada nesta sexta-feira (23), ele contou que recusou dois convites para voltar à TV e criticou a forma como foi tratado pela direção. Ele também falou sobre seu novo projeto no teatro e sobre a superação de um câncer na garganta, em 2013.
Prado, que ficou marcado por personagens como o Tião Galinha, de “Renascer” (1993), disse que não aceitou participar do remake da novela, que está no ar atualmente, por respeito ao ator Irandhir Santos, que assumiu o papel. “O Tião é aquele brasileiro que trabalha e mata a fome, mas não perde a ilusão de que vai ganhar na loteria um dia. A Globo me sondou para um papel no remake, só que rejeitei de cara por causa do teatro e não seria bom estar perto do Irandhir, poderia atrapalhá-lo na criação do seu Tião“, explicou.
Ele também revelou que dispensou um convite para a novela “Guerreiros do Sol”, do Globoplay, por questões salariais. “Uma pessoa que nem conhecia me ligou para negociar salário por telefone e me ofereceu menos do que eu ganhava, imagina, nunca vi uma coisa assim na Globo“, desabafou.
O ator, que se define como “carcamano”, afirmou que nunca tolerou humilhação na sua carreira e que teve divergências com a direção da emissora. “Eu sou carcamano, nunca topei humilhação na minha carreira e se você comprar briga comigo deve ter a consciência de que vai bater e apanhar“, declarou.
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Apesar de não estar na TV, Prado não está parado. Ele está em cartaz com a peça “O Veneno do Teatro”, escrita pelo espanhol Rodolf Sirera e dirigida por Eduardo Figueiredo. A obra é uma crítica ao sistema político e social corrupto e opressor, que pode ser comparado ao franquismo na Espanha, ao bolsonarismo no Brasil ou aos conflitos na Palestina.
“É uma denúncia sobre esse sistema político e social repleto de canalhices que conhecemos muito bem. Sirera criou a peça nos anos de 1970 como crítica à ditadura franquista, mas poderia muito bem tratar dos conflitos atuais da Palestina ou do bolsonarismo no Brasil“, analisou.
Prado também aproveitou para dar sua opinião sobre o governo de Jair Bolsonaro e a situação dos artistas no país. “O ator é o mais desprezado o tempo inteiro, mas é inegavelmente a mais invejada das profissões porque eles, os políticos, se transformam em personagens o tempo todo para convencer os outros a agir em nome de seus interesses“, disse.
A peça, que estreia nesta sexta-feira (23), no Sesc Santana, em São Paulo, marca o retorno de Prado aos palcos após dez anos. Ele contou que enfrentou um câncer na garganta em 2013, que o deixou com medo de perder a voz e a capacidade de atuar. “Pouco antes da operação, perguntei ao médico se havia risco de comprometer a minha fala, porque sem ela estaria acabado, e ele garantiu que nada seria afetado“, lembrou.
Para se preparar para o espetáculo, ele fez uma série de exercícios vocais e se recusou a usar microfone em cena. “Acho um horror quando vejo atores de microfone, parece que a peça não é ao vivo, as falas vêm amplificadas por uma caixa de som“, criticou. Prado disse que está feliz com o novo desafio e que tem o sonho de levar a peça para todo o Brasil. “O meu sonho é correr o Brasil inteiro até o final do ano“, concluiu.
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