Pedro Cardoso é detonado por criticar Silvio Santos: "Quanto ódio gratuito"

Embora a morte do apresentador Silvio Santos no último sábado (17) tenha causado comoção geral, o ator Pedro Cardoso se mostrou contrário às homenagens feitas ao eterno comunicador da televisão brasileira em uma publicação compartilhada nas redes sociais. 

Conhecido por seu papel como Agostinho em A Grande Família, na Globo, o famoso de 61 anos criticou as manifestações que homenagearam Silvio Santos eo ex-ministro Delfim Netto, que morreu na segunda-feira (12), aos 96 anos, também em São Paulo.

O ator argumentou que tanto Silvio Santos quanto Delfim Netto foram colaboradores da ditadura militar no Brasil e sugeriu que as riquezas acumuladas por ambos durante suas vidas não foram fruto de mérito, mas sim de "fraquezas éticas". Apesar de seu posicionamento, Cardoso fez questão de enfatizar seu respeito pela dor das famílias enlutadas.

"Eu nada teria a dizer sobre eles", iniciou. "Suas atuações públicas dizem antes; são degradantes. Os dois serviram à ditadura militar torturadora de 61, 64, 68. A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem", completou.

E acrescentou: "Toda dor merece ser respeitada. Mas quando a morte parece redimir automaticamente abusadores do Brasil, tais esses dois funcionários da ditadura recente, e um bando de 'celebridades' - alguns que ontem se diziam lutar pela democracia quando do ataque bolsonarista - vem enaltecê-los as proezas, sinto-me ofendido".

Nos comentários do post feito por Pedro Cardoso, seguidores reagiram: "Você NUNCA disse nada contra a Globo quando trabalhava lá, por que será?"; "Quanto ódio gratuito"; "Empregou mais de 90 mil famílias, e com dignidade - e quem diz isso são eles, não eu. O cara foi gigante"; "Curioso você ser conhecido pelo tempo que trabalhou na emissora do Roberto Marinho", disseram alguns.

Outros concordaram com o artista. "Enfim, um ponto de luz nessa cegueira que o Instagram está hoje. Obrigado, Pedro! Que sua vida seja longa pra nos prestigiar de sanidade sempre!"; "Perfeito. morrer não transforma ninguém em santo", comentaram. 

MARCO HISTÓRICO

Silvio Santos, dono do SBT, morreu aos 93 anos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a uma broncopneumonia causada por uma infecção de Influenza (H1N1). A partida do apresentador ocorreu apenas dois dias antes do 43º aniversário da emissora que ele construiu e transformou em parte essencial da cultura popular brasileira.

Inicialmente planejada para o domingo (18), a programação especial em homenagem ao aniversário do SBT foi suspensa em respeito ao luto. Em vez das comemorações, a emissora exibiu reprises e programas apresentados por figuras como César Filho e Celso Portiolli. Até o momento, o SBT não anunciou se a celebração será reagendada ou se ocorrerá alguma homenagem futura ao seu fundador.