Segundo a Polícia Civil da Bahia, um bebê teve o pescoço quebrado durante o parto e acabou morrendo, a investigação vai apontar os possíveis responsáveis
Everton Henrique Publicado em 08/11/2024, às 19h43
Uma família de Salvador denunciou a Maternidade Estadual Albert Sabin por violência obstétrica após a morte de um bebê durante o parto. A mãe, Liliane Ribeiro, afirma que a equipe médica forçou um parto normal, ignorando a recomendação de cesárea, e que a bebê Anabelly teve o pescoço lesionado durante o procedimento. A Polícia Civil está investigando o caso, ocorrido na última quinta-feira (31).
Liliane relata uma série de abusos e negligências no atendimento. Segundo ela, mesmo com a bolsa rompida, aguardou por cerca de 40 minutos para ser atendida. "A médica que fez meu pré-natal me avisou para ter cuidado ao reclamar, porque o tratamento lá é rude com quem se queixa", contou em entrevista a TV Bahia.
Durante a gestação, Liliane realizou o pré-natal em unidades pública e privada para assegurar o melhor acompanhamento. A bebê estava saudável, mas foi recomendada uma cesárea devido ao tamanho da criança. Entretanto, ao chegar na maternidade, essa orientação foi ignorada, e o parto normal foi imposto.
No dia seguinte, Liliane recebeu medicamentos para induzir contrações. No entanto, na sala de parto, ouviu falas agressivas da equipe, que a ameaçava com expressões como “ser rasgada até o talo”. Ela ainda relatou que a equipe a acusou de "presepada" quando tentou expressar sua dor e preocupação.
Segundo a mãe, a médica que realizou o parto estava com uma luva rasgada e, ao puxar a bebê, acabou perfurando o pescoço da recém-nascida com a unha grande. Após isso, a médica entregou o bebê a outros profissionais e saiu da sala, deixando a mãe em choque. Liliane descreveu que sua filha foi submetida a uma tentativa de reanimação, mas o óbito foi confirmado logo em seguida.
A maternidade informou à família que a bebê teria nascido morta, mas Liliane contesta essa versão. "Eu senti minha filha mexer antes de entrar na sala de parto, meu marido viu a cabecinha dela mexendo", argumentou. A mãe afirma que, até o momento do parto, Anabelly estava viva e saudável.
A família registrou uma ocorrência na delegacia e exigiu que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia. A conclusão dos exames deve levar cerca de 30 dias, e a polícia busca esclarecer os fatos por meio de perícia e depoimentos das testemunhas.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) afirmou que investigará as circunstâncias com transparência, e a 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras) está realizando as oitivas necessárias para o andamento do caso. A maternidade não quis falar sobre o assunto com a TV Bahia.
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