Trama da Record teve gravações interrompidas, demissões e mudança de autores devido às alterações impostas no texto pela supervisora, filha de Edir Macedo
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 20/01/2025, às 10h40
Em 19 de janeiro de 2021, há quatro anos, a Record estreava Gênesis, trama inspirada no primeiro livro bíblico que foi dividida em sete fases para abarcar toda a história, além de outros elementos inseridos no folhetim para conquistar o público, como musicais e personagens não citados na Bíblia. Antes de ir ao ar, a novela, que tinha mais de 250 atores, passou por um período de gravações interrompidas em meio à pandemia que gerou demissões e conflitos.
A pandemia de Covid-19 atingiu a produção em cheio. Segundo o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, protocolos sanitários rigorosos foram implementados, mas a Casablanca, responsável pela coprodução, precisou suspender as gravações, repatriando parte do elenco que gravava no Marrocos. A paralisação trouxe cortes severos: produtores foram demitidos, contratos de elenco expiraram sem renovação, e o cronograma foi drasticamente atrasado.
Após sete meses de pausa, as filmagens recomeçaram em outubro de 2020 e, quando a novela foi ao ar, em janeiro de 2021, grande parte dos capítulos já estava gravada. Mesmo assim, a situação crítica da pandemia em março daquele ano exigiu uma nova interrupção, dessa vez, destaca Xavier, sem comprometer a exibição, graças a uma frente confortável de episódios prontos.
Ainda que em condições adversas, Gênesis mobilizou mais de 800 profissionais e, conforme um levantamento do Teledramaturgia, contou com um elenco de mais de 250 atores. A produção de figurinos também quebrou recordes, com 25 mil peças confeccionadas, entre vestimentas, calçados e acessórios, para retratar fielmente o período histórico e a diversidade de tramas.
Marcelo Silva, vice-presidente artístico da Record TV, comparou o desafio a "produzir sete novelas simultaneamente", já que a história foi dividida em sete etapas: Jardim do Éden, Dilúvio, Torre de Babel, Ur dos Caldeus, Abraão, Jacó e José. A abordagem visual apostou em efeitos especiais e números musicais, trazendo um tom mais acessível e menos tradicional às histórias bíblicas.
Nos bastidores, os desafios foram ainda maiores. Gustavo Reiz, o autor original, deixou o projeto após desentendimentos com a supervisora Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, que impôs mudanças no roteiro.
Emílio Boechat assumiu, mas também abandonou o posto após divergências. A solução veio com Raphaela Castro, Stephanie Ribeiro e Camilo Pellegrini, que assumiram a autoria principal sob supervisão direta de Cristiane Cardoso.
Apesar das disputas, a novela inovou ao incluir personagens e histórias não mencionadas na Bíblia, além de abordar temas polêmicos com liberdade poética, o que gerou debates entre os telespectadores e as diferentes vertentes religiosas.
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