Em entrevista à Contigo! Novelas, Pedro Goifman, de Garota do Momento, relembra encontro com Tim Burton e destaca as "primeiras vezes" de sua carreira
Apaixonado por circo desde a infância, Pedro Goifman, o Guto de Garota do Momento, relembra encontro com Tim Burton, com direito a aplausos do diretor. Em entrevista à Contigo! Novelas, o artista destaca suas "primeira vezes", como quando deu seu primeiro beijo em cena.
... fiz malabares com fogo.
"Devia ter uns 13 anos, já fazia malabares com claves, bolinhas e aros e insisti para os meus pais que queria começar a fazer com fogo. Venci pelo cansaço, mas eles falaram que eu só poderia começar a jogar se fosse com um professor e me deram as claves de fogo de presente de Natal. Lembro que na aula do Adriano Bitu, malabarista genial, quando eu coloquei fogo nas claves, eu não conseguia soltá-las da mão. Era como se tivessem presas. Eu sabia fazer, mas o medo de jogar para o alto e pegar, sem me queimar, me travou. Ele me tranquilizou e consegui jogar um pouco. Completei um ciclo com três arremessos e parei. Repeti isso algumas vezes e então comecei a jogar sem parar. Sigo malabarista até hoje!"
... gravei uma cena na Globo.
"Meu primeiro trabalho na Globo está sendo Garota do Momento. A primeira cena que gravei foi o Guto chegando ao baile de Carnaval do Clube Gente Fina, junto com o Carlito e o Topete, da Gangue da Lambreta. Foi muito legal, porque já comecei em um evento, com um monte de figurante, equipe gigante e na cidade cenográfica."
... fui reconhecido por um fã.
"A primeira vez que eu fui reconhecido fora de festivais de cinema foi na pandemia, em 2021. Saindo de uma peça, um menino que assistiu a uma websérie que fiz me pediu uma foto. Fiquei muito feliz, principalmente por ser por conta desse projeto que idealizei em casa, no meio do isolamento."
... encontrei um ídolo.
"Era obcecado pelos filmes do Tim Burton. Quando soube que a exposição dele viria para o Brasil, chorei muito. Consegui ingressos e fui junto com meus pais. Consegui um autógrafo. O diretor do
Museu da Imagem e do Som [MIS] viu o quanto eu estava chorando e chamou meu pai em um canto, e disse para encontrarmos ele em uma sala ao lado em 10 minutos. Fomos até lá e o Tim Burton estava de pé, de costas. Ele se virou e novamente comecei a chorar. Tinha decorado algumas frases em inglês. Nenhuma saiu. Silêncio. Ele veio até mim, me deu um abraço carinhoso, autografou um outro livro que eu tinha. Quando eu fui guardar o livro, ele reparou que, da minha mochila, saltavam claves de malabarismo. Ele pediu para que eu fizesse. Minhas mãos pararam de tremer e eu fiz, perfeitamente, até os truques mais difíceis que eu sabia. Ele me aplaudiu. Foi inesquecível!"
... beijei na ficção.
"Foi recente, em B.A.: O Futuro Está Morto, com o Benjamin Damini. A cena foi gravada nos últimos cinco minutos de uma diária intensa, mas estávamos em tanta sintonia que não fiquei tenso. Ficou linda. Criamos uma boa amizade."
... me apaixonei.
"Minha primeira grande paixão foi pela minha primeira namorada, a Lara. Éramos melhores amigos. Depois de uns dois anos de amizade, nos apaixonamos. Namoramos por três anos."
... me apresentei como palhaço profissional.
"Com 7 anos, juntei alguns amigos e criei um grupo de palhaços na escola. Já amava a palhaçaria. Escrevi alguns números e montamos um espetáculo curto. Ensaiávamos no recreio. A professora nos deixou nos apresentar para a sala. Fizemos isso algumas vezes e fomos nos aprimorando. Fomos entrevistados para uma matéria de jornal. Para registrar, organizamos uma apresentação no Miniteatro, um teatro da Praça Roosevelt, em São Paulo. E foi aí a minha primeira apresentação de palhaço profissional. Lembro do frio na barriga, da troca rápida de roupas que tinha entre as cenas e das risadas do público."
... participei de um projeto social em um hospital.
"Dos 14 aos 16 anos, participei de um projeto social chamado Chá de Arte, do Instituto Equipe. Íamos
ao Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, em São Paulo. A intenção era fazer arte: teatro, música, palhaçaria, contar histórias. Eu comecei fazendo no pronto-socorro, depois ambulatório, até que chegou as semanas em que eu faria os quartos. Fui eu e mais uma colega. Uma enfermeira pediu que passássemos primeiro em um quarto específico, de uma menina de uns 6 anos de idade, que estava intubada e que só se comunicava mexendo os olhinhos. Lembro que a gente entrou e ela não fez nenhuma expressão. Fomos interagindo com muita calma, cantando uma musiquinha infantil. Os olhos dela começaram a brilhar. Eu peguei um paninho colorido que tinha no bolso e comecei a imitar um dragão com ele, fazendo movimentos ondulares. Ela sorriu com os olhos. Segurei o choro. Minha vida mudou."
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