Autora do remake de Vale Tudo revela petição para ser presa após sugerir mudanças na história de Odete Roitman

Durante o programa Provoca, da TV Cultura, Manuela Dias confessou que os fãs de Vale Tudo fizeram uma petição para ela ser presa após ela sugerir mudanças na história de Odete Roitman no remake da novela. Apesar da entrevista só ir ao ar na próxima terça-feira (19), um trecho já foi disponibilizado nas redes sociais e chamou a atenção dos internautas.

"Durante a novela, foi muito engraçado, fizeram uma petição para eu ser presa.  Aí teve seis mil assinaturas pedindo para eu ser presa. E aí minha mãe falou assim: 'Que isso, Manuela? Isso não pode ser verdade'. Eu falei: 'Mãe, calma. Eu não vou ser presa'", confessou.

Ao ser questionada pelo apresentador Marcelo Tas sobre o motivo da petição, a autora da Globo explicou: "Eu estava matando muita gente na novela. E é engraçado isso, porque quando saiu essa matéria agora falando da novela, entenderam que Odete Roitman não seria uma vilã e as pessoas ficaram muito revoltadas. E, claro, elas estão certas, e eu sou dramaturga. Imagina se eu abrir mão de uma vilã como Odete Roitman. Só se eu tivesse doida. A interpretação é livre. 'Odete Roitman vai ser boazinha'. Pô, claro que não". 

Ao longo dos últimos meses, a autora da Globo fez uma série de declarações a respeito da nova versão da Vale Tudo, incluindo mudanças no rumo da personagem. Suas ideias para Odete Roitman não pegaram bem e suas falas mais recentes tem incomodado o público mais saudosista. 

Na versão original, a personagem Odete Roitman foi interpretada por Beatriz Segall. Já no remake, Debora Bloch será responsável por dar vida a ela. Recentemente, Manuela Dias informou que o tom dela havia sido atualizado para se alinhar ao contexto atual e muitos fãs da trama não gostaram da informação.

De acordo com a autora da Globo, ela seguiria sendo uma vilã, mas com sua maldade sendo explorada com outra abordagem, envolvendo desafios e discussões contemporâneas. Para ela, durante o lançamento da novela original, a crítica ao Brasil era vista como um ato revolucionário. Entretanto, isso não se aplicaria ao cenário atual e o desafio é encontrar formas de explorar a narrativa de Vale Tudo no contexto atual. 

"Odete seguirá sendo uma vilã, mas sua vilania está muito ligada ao momento. Vale Tudo foi a novela da volta da democracia, e naquele momento falar mal do Brasil, ou poder falar mal, era resistência, era revolucionário, era novo. Hoje não é mais. A gente está saturado disso. O novo é encontrar maneiras de transformação. Odete não aponta caminhos, mas será diferente", adiantou em entrevista à Folha de S. Paulo. 

"Gilberto Braga, com Odete, estava extrapolando a válvula de escape de poder criticar o Brasil exacerbadamente. Hoje, provocar os mesmos efeitos não implica usar os mesmos recursos. Odete era julgada por ser sexualmente ativa aos 60. E hoje? Não estou dizendo que ela vai ser feminista, mas são diferenças (...) Eu amo o Brasil. É claro que tenho críticas ao Brasil, mas não sou Odete, então minhas críticas são construtivas. O autor também fala através de seus personagens, e sinto que falar que o Brasil é uma porcaria não traz nada hoje em dia", concluiu.

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*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko