Gugu Liberato representa a cultura dos anos 90 - Reprodução/YouTube e Divulgação/SBT
Respeito

Gugu Liberato construiu a memória afetiva que o Brasil tem dos anos 90

Com suas invencionices, apresentador moldou a cultura televisiva

Leandro Fernandes Publicado em 22/11/2019, às 20h11 - Atualizado às 20h15

Antônio Augusto Moraes Liberato era seu nome, mas para o Brasil ele era Gugu Liberato.

A história de um dos apresentadores mais populares da TV brasileira se cruza e se funde com a própria história dos programas de auditório, onde inclusive passou boa parte de sua adolescência. Ele tinha apenas quatorze anos quando entrou para a equipe do Domingo no Parque, programa de Silvio Santos.

Ele chegou até o SBT de maneira bastante inusitada: enviando cartas ao patrão. A correspondência tornou-se respeito e Gugu acabou contratado. Ainda no início dos anos 80, ele desistiu da faculdade de odontologia para assumir a apresentação de um programa na emissora pela primeira vez, com a versão paulistana do Sessão Premiada. Pouco menos de um ano depois, ele foi convocado para apresentar um programa noturno aos sábados e assumiu o Viva a Noite.

A subida rápida na emissora de Silvio Santos também chamou atenção de outras emissoras. Se hoje Fausto Silva apresenta o Domingão em todos os fins de semana, é porque na década de 80, Gugu ensaiou uma mudança de casa. O ensaio rendeu um posto único dentro do SBT, como um "vice" de Silvio - e o comando de um programa dominical, o Domingo Legal.

Não é exagero dizer que Gugu moldou a cultura dos anos 90. Ele lançou bandas, criou atrações e bateu de frente com a Globo durante anos. Entre os quadros icônicos, números musicais e um formato que era apenas dele, Gugu se firmou no imaginário popular e ajudou também a criá-lo. Ele lançou músicas, brinquedos, tornou-se empresário e, até certo ponto, seguiu os passos de Silvio Santos.

Naquela década, o apresentador disputava ponto a ponto com Fausto Silva a preferência das famílias brasileiras. Quadros como a "Banheira do Gugu", "Táxi do Gugu", "Telegrama Legal" e "Sentindo na Pele" comoviam os telespectadores.

Em 2009, a história com o SBT teve um ponto final e o apresentador foi para a Record, onde estava até a morte repentina e trágica. Lá, comandou realities shows e mostrou sua versatilidade.

Pouca gente simboliza uma época e uma cultura de um país como Gugu Liberato fez em seus muitíssimo bem vividos 60 anos. Devemos não apenas respeito, mas enorme admiração.

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