Galba Gogóia dá vida a Natasha, em Renascer - Reprodução/Instagram
SONHOS CONQUISTADOS

Galba Gogóia, de Renascer, relembra transição: 'Momento lindo'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Galba Gogóia, a Natasha de Renascer, celebra as conquistas da carreira e relembra quando se percebeu uma pessoa trans

Daniel Palomares Publicado em 30/07/2024, às 22h31

Atriz, diretora e roteirista, Galba Gogóia vive Natasha, em Renascer, remake da TV Globo. Em entrevista à Contigo! Novelas, ela celebra as conquistas da carreira como uma artista travesti e relembra quando se percebeu uma pessoa trans. No bate-papo, a famosa ainda confessa algumas "primeiras vezes" em sua vida; confira! 

Primeira vez que faço uma novela: 

“Tem sido a realização de um grande sonho atuar em uma novela. Desde a minha infância, assisti a
todas as novelas, e lembro que minha mãe brigava comigo para eu parar de ver televisão e ir brincar
na rua. Desde que saí de Arco Verde, no sertão de Pernambuco, com 15 anos, para morar no Rio de
Janeiro, eu sabia que atuar em novelas era meu objetivo. É um momento muito especial da minha
vida e carreira. Estou muito feliz por realizar esse sonho e espero que esta seja a primeira de muitas
outras novelas.” 

... que percebi que queria ser atriz:

“Foi muito difícil de definir, pois tenho muitas memórias de criança, de infância, relacionadas a
brincar de atuar. Eu juntava meus primos em casa e brincávamos de fazer novela. Imaginava que o
cenário da minha rua era uma cidade cenográfica. Em particular, lembro de uma vez em que fiz uma
peça na minha escola. Escrevi, dirigi e atuei na peça. Essa foi a primeira vez que me lembro de fazer
teatro, de conseguir os figurinos, de ensaiar e preparar as pessoas. É uma memória muito gostosa,
pois me faz pensar na minha criança de 12 anos. Desde sempre, eu fazia isso com comprometimento e desejo de seguir essa carreira para a vida.”

... escrevi um roteiro:

“Foi o curta-metragem Jéssica, que foi também o meu projeto de formação na faculdade. Na época, ganhei um edital para gravar esse curta. Na minha faculdade, quando chegávamos ao último
período, todos apresentavam seus roteiros, e uma banca de professores escolhia qual seria gravado,
com a faculdade investindo financeiramente no projeto vencedor. O meu roteiro foi o escolhido,
e era muito especial para mim. Esse filme foi um divisor de águas no início da minha carreira como roteirista e diretora. Ele foi exibido em mais de 25 festivais, ganhei vários prêmios, abriu muitas portas, e continua sendo importante na minha trajetória. Atualmente, estou trabalhando para transformar Jéssica no meu primeiro roteiro de longa-metragem, um projeto independente no qual estou empenhada neste momento.”

... ganhei um prêmio: 

“Foi com o meu primeiro filme, Jéssica. Foi muito especial, em um festival de cinema em Recife, capital do meu estado. Toda a minha família estava presente na premiação. O filme é uma ficção, mas tem um toque autobiográfico. A protagonista, Jéssica, é uma travesti que retorna para o interior do Nordeste para reencontrar sua família. Eu acho que vocês deveriam assistir ao filme. Ele está disponível no YouTube e também está sendo exibido na grade do Canal Brasil.”

... viajei para fora do Brasil:

“Fiz uma viagem de 40 dias pela Europa durante minhas férias, algo que sempre foi um grande
sonho meu. Sempre desejei isso, mas parecia um sonho muito distante da minha realidade financeira e da minha família, algo quase inimaginável. Se tornou possível, e tenho muito orgulho, pois foi fruto do meu trabalho e esforço. Foi extremamente emocionante quando cheguei lá e vi aqueles lugares que achava que nunca conseguiria alcançar. Foi a confirmação de que estou no caminho certo, de que minhas conquistas estão se concretizando, mesmo que um dia eu pensasse que nunca as teria. Foi uma experiência mágica para mim. 

... me percebi uma pessoa trans:

“Já vivia um processo há muito tempo, pois era drag queen transformista. Naquela época, interpretava a personagem Galba Gogóia. Fazia shows, vídeos de humor para a internet e espetáculos. Com o tempo, as coisas foram se misturando. Muitas vezes, após o show, não desmontava para sair. Ia beber como Galba. Muitas pessoas me conheciam como Galba e não sabiam meu nome masculino. Quando meus amigos me apresentavam, já não sabiam como me falar. Porém, eu ainda não tinha racionalizado isso. Lembro que me mudei de apartamento e, como tinha muita roupa, resolvi doar várias peças. Ao arrumar meu novo armário, percebi que só tinha roupas femininas, relacionadas àquela persona.
Lembro de sentar no meu quarto e pensar: ‘É isso?’. Aquele processo tinha chegado a algum lugar, de forma natural, bonita e viva. Foi então que falei para mim mesma: ‘Na verdade, eu sou a Galba, eu sou travesti’. Foi um momento lindo. Hoje, sou quem eu sou.

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