O cantor e compositor Lukinhas expressa o desejo de realizar uma parceria musical com Seu Jorge e enaltece o artista, em entrevista à Contigo!
Thaíse Ramos Publicado em 19/06/2024, às 08h00
O cantor Lukinhas, nome da nova geração do pagode urbano, revela um enorme desejo à Contigo!. Depois de ter composto canções para nomes como Ludmilla, Gloria Groove, Thiago Pantaleão e IZA, além de feats com Vitão, Mumuzinho e Gica, o artista sonha realizar uma parceria musical com Seu Jorge, uma das influências presentes desde o início de sua carreira. Na entrevista, ele também confessa qual seria sua reação, caso tenha a oportunidade de ficar cara a cara com o músico.
O carioca revela que Seu Jorge entrou em sua vida por influência do pai. “Eu era bem mais novo. Me lembro que meu pai achava que algumas músicas eram boas para eu ouvir e tinha um filtro de qualidade. Ouvia só as coisas que ele deixava que eram: Stevie Wonder, Ray Charles e tal, Lionel Richie. Eram poucas as músicas nacionais, mas ele sempre recomendava para eu assistir o DVD da Ana Carolina e Seu Jorge acústico. Quando escutei, foi uma conexão instantânea porque a voz dele me marcou”, relembra.
Ele diz que usou o DVD durante toda a trajetória musical. “Principalmente quando comecei a fazer barzinhos. Ele era a minha base para eu saber como cantar e como interagir com o público, ele me moldou e marcou a minha vida. Uma curiosidade é que o Seu Jorge foi referência para fazer Posturada, a harmonia é a mesma de Tive Razão, música dele. Obviamente com outras melodias e letra”, conta.
Lukinhas responde o porquê de tamanha inspiração: “A voz dele é muito forte e foi a minha primeira conexão. É uma voz única, ele tem a própria forma de cantar e tudo me encantava. Quando tive mais acesso a internet e a informação, fui admirando a história dele, a forma como ele acreditou que a sua carreira iria dar certo, sempre foi bem resiliente. Isso me inspira, eu admiro muito a musicalidade dele. Como eu falei, ele me moldou quando eu fazia barzinho e me molda até hoje”.
“O máximo que cheguei perto do Seu Jorge foi quando algumas músicas minhas foram indicadas ao prêmio Multishow. Eu estava com os indicados e ele estava sentado numa mesa ao lado da minha e eu nem tive reação. Quando eu estiver de fato com ele, acho que eu ficaria muito nervoso, ia me enrolar todo e ficaria com medo de ser chato. Coisa de fã, acho que eu teria uma reação de fã”, emenda.
INÍCIO DA CARREIRA ARTÍSTICA
Lukinhas conta que sempre foi muito conectado a música por causa da igreja, onde cantava os louvores e tocava algum instrumento. “Mas compor mesmo, comecei para ser notado na escola. Trazendo o contexto na minha época de adolescente, estudava numa área com poucas pessoas pretas, era uma área predominantemente branca. As referências da escola eram todas brancas, como Restart, Cine, e o pop rock nacional estava no auge. Eu precisava ser notado de alguma forma e o meio que encontrei foi a música”, diz.
“Tinham competições entre as escolas quando eu estudava, mas os alunos tinham que cantar músicas autorais, não podia ser cover. Comecei a me destacar assim e depois os meus amigos me incentivaram a escrever para outros artistas. Eu nunca achei que tinha esse talento, nunca achei que fosse capaz disso, até conhecer o Pablo Bispo que me ensinou os caminhos, os métodos, aprendi com ele. Eu nunca mais parei. Estou aqui indo muito bem na composição com vários artistas do cenário nacional. Nunca me imaginei em outra carreira. Já trabalhei em outras áreas, mas o meu sempre quis trabalhar com música. As outras coisas eu fazia só porque tinha que fazer”, completa.
MÚSICA 'PIPA VOADA'
A música Pipa Voada, de 2020, foi um divisor de águas na carreira do carioca. “Aconteceu antes de eu entrar para a Liga Entretenimento e do Inbraza, selo da Liga em parceria com a Som Livre. Saí de um artista do zero, e que não tinha músicas produzidas. Fazia algumas coisas na rua, mas nada expressivo. Quando a gente lançou e eu saí de, sei lá, uns 10 para 2,7 milhões de ouvintes mensais, aquilo se tornou um divisor de águas na minha carreira e na minha vida”, afirma.
“Também tenho que deixar um agradecimento para o Rashid e o Emicida porque eles acreditaram num artista do zero e fizeram um feat. comigo. Me deixaram lá, a música está no meu spotify, eles fizeram de tudo para que eu fosse beneficiado por ela também. Sou grato por todos os envolvidos em Pipa Voada”, salienta o cantor.
PARCERIAS COM GRANDES ARTISTAS
Como já citado, Lukinhas escreveu canções para artistas como Ludmilla, Gloria Groove e IZA, além de ter participado de feats importante, como com Thiago Pantaleão. Porém, confessa que nunca imaginou chegar onde chegou. “Não imaginava porque nunca pensei que fosse capaz de amplificar a verdade de outras pessoas até conhecer o Pablo Bispo e entender como eu deveria trabalhar. Ver todos esses artistas gravando a minha música é surreal”, declara.
“O Thiago é meu irmão e temos histórias parecidas; acompanho ele desde o primeiro lançamento em que eu estava na produção e depois comecei a compor. Ver a evolução dele pra mim é surreal e me deixa muito feliz. Ver ele feliz me deixa feliz”, acrescenta.
APOIO DA FAMÍLIA
Lukinhas diz que nem sempre teve o apoio da família para trilhar o caminho que sempre desejou. “Tem um evento canônico na vida de todo artista que é falar que quer viver de arte para a família e eles ficarem com medo e não darem o apoio ao artista em vários níveis diferentes. Tem gente que dá zero apoio e é super contra, como o que aconteceu com o Seu Jorge, e tem gente que tenta dar um jeito de apoiar como pode”, comenta.
“Eu não julgo e superentendo porque nós não vivemos num país que valoriza a arte, valoriza pouquíssimo. É natural a família ficar com medo. Eu tive esse baque, mas hoje em dia está tudo certo. Consegui mostrar para eles que dá pra viver de arte no Brasil. A muito custo, mas dá. Hoje, tenho a minha casa e consigo ajudar a minha família”, emenda.
INFÂNCIA
Lukinhas conta que não teve uma infância difícil, mas os pais tiveram momentos difíceis na vida, e fizeram de tudo para que ele não vivesse a mesma experiência. “Nunca passei fome, mas precisava esperar pelas coisas. Eles corriam atrás e faziam de tudo para conseguirem me dar, claro, dentro de um contexto de morador de uma comunidade. Vivendo com os dois, teve momentos em que eu só via a minha mãe porque meu pai trabalhava à noite e vice-versa. Eu via os dois acordando supercedo, pegando ônibus lotado, trabalhando à beça para no final ganhar pouquíssimo. Eles faziam malabarismos com as coisas que tem”, relembra.
E continua: “Tive uma infância muito boa. O primeiro dinheiro que consegui fazer tocando em um barzinho, comprei um videogame do ano para o meu pai porque ele é louco por isso. Quando criança eles também me deram um videogame que eu queria muito e foi de surpresa, sou muito grato aos dois”.
OUTROS SONHOS
Além de desejar gravar com o Seu Jorge um dia, Lukinhas tem outros sonhos: “Um deles está sendo realizado. Sempre falei desde o início que queria mostrar que era possível alcançar a nossa meta e hoje eu vejo dezenas de artistas lá na Asa Branca, comunidade onde cresci em Curicica (Rio de Janeiro). Eles se reúnem para comprar as coisas, os equipamentos. Um foca em aprender a produzir, outro foca em vídeos. Isso é muito legal porque quando comecei, tive que aprender tudo sozinho, o meu sonho é amplificar o que está acontecendo na Asa Branca para que mais gente possa conhecer. Outro sonho, além do feat. com o Seu Jorge, é gravar com o Péricles. Hoje em dia, defini que sou um cara sonhador, que está na resiliência, na batalha da vida, da música, na real”.
PROJETOS FUTUROS
Para finalizar, Lukinhas revela o que vem preparando para este ano. “Bastante feats, solos e singles. Quero levantar principalmente a bandeira do pagode urbano, que é uma linguagem dentro de um ritmo que nasceu urbano, mas hoje em dia não está tão conectado com a galera desse ambiente urbano. Pego tudo o que já fazia antes e jogo dentro do pagode. Se parar para pensar, estou à frente de um subgênero que está no início ainda”, diz.
“É uma responsabilidade muito grande e dá um certo nervosismo; às vezes, quando paro para pensar no tamanho que pode ser esse subgênero. Dentro disso, eu e minha equipe temos um projeto muito grande que estamos apostando. Ainda não posso dar detalhes, mas são cinco feats de pagode, algumas coisas que ainda não vi acontecendo na cena e acredito que dentro do pagode urbano é o lugar certo. Estamos gravando e vai ficar muito bom, estou com a expectativa lá no alto. Além disso, também penso junto com a minha equipe em criar o evento do Pagode Urbano; mais pra frente, teremos detalhes sobre ele. Estou ansioso para acontecer logo”, conta.
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