Samantha Jones vibra com torcida do público por romance em Renascer: 'Ganho gigante'

Samantha Jones, a Zinha de Renascer, remake da TV Globo, revela à Contigo! Novelas que gosta de se descaracterizar para os personagens e vibra com a torcida do público sobre um possível romance entre a jovem e a professora Lu, interpretada pela atriz Eli Ferreira. 

A Zinha é uma personagem sem muita vaidade, que anda com roupas mais desleixadas, trabalha com o cacau. Como você encarou esse figurino? Mexeu com sua autoestima? E você chega a usar maquiagem em cena?

A pele eu cubro às vezes uma espinha que aparece, uma manchinha, tem mais a ver com a continuidade das cenas, mas num geral é sem nada de maquiagem mesmo. E o figurino, na verdade, eu adoro! Adoro algo que não seja muito eu ou que às vezes descaracterize mesmo, tanto quem eu sou pessoalmente ou quanto que caracterize muito essa personagem, né? Não é só a personalidade, é um figurino bem específico e acho que isso me ajuda muito enquanto atriz também. Não é só de dentro para fora, né? A personagem eu construo de dentro para fora, mas tem muitos outros adereços e elementos que ajudam muito nessa construção. Então são as coisas internas, ela perdeu o pai, a mãe dela foi embora, ela tem essa relação conturbada com a própria sexualidade, com a própria autoestima e as questões externas são essas, essa mulher que está num lugar majoritariamente masculino, trabalhando na roça e ela está trabalhando de igual pra igual. Eu acho genial que seja sobre isso também.

Quando diz que acha genial a discussão é por mostrar também que a mulher pode fazer qualquer coisa, inclusive podar o cacau?

Para além disso, isso também, óbvio, eu digo enquanto atriz, eu gosto quando descaracteriza. Não tenho muito uma vaidade atrelada a como estarei sendo vista. Eu sei que é uma novela das 9 e que é muita gente vendo e me lendo de uma certa forma, mas eu estou ali para isso, né? Eu sou atriz para isso também. Neste momento, estou mostrando essa personagem, que se veste dessa forma, que fala dessa forma. Se alguém estiver interessado na vida pessoal ou algo assim, espera alguma entrevista ou procura, sei lá, meu perfil nas redes sociais, falas minhas, fotos de como eu me visto, como me comporto na vida.

Como foi a preparação para interpretar uma mulher que trabalha com cacau?

Logo no início das gravações, a gente foi um pouquinho antes para Ilhéus, então a gente fez um intensivo na fazenda de cacau com pessoas que trabalham com isso, a gente pisou no cacau, plantou cacau, podou árvore, foi um workshop bem intenso. Claro que para eu virar uma menina do cacau ia demorar bastante, mas isso de mexer no facão, ter esse contato, foi muito maneiro. Pisar no cacau realmente é uma experiência muito interessante.

O público estava na torcida para rolar o romance entre Zinha e a professora Lu (Eli Ferreira). Se surpreendeu com essa aceitação?

Eu acho genial, porque tem pouco tempo que a gente começou a discutir isso abertamente, a ter um casal lésbico, casal homossexual na novela e ver o público não só caminhando com isso, recebendo isso, mas torcendo também, eu acho que é um ganho gigante socialmente. Eu não imaginei, inclusive, porque não é uma figura padrão também, né? O figurino é furado, é um figurino da lida, ela não é aquela menina toda comportada, toda bonitinha, não é uma mocinha que o público tende a torcer, né? Ela é braba, ela fala o que passa pela cabeça e, ao mesmo tempo, está recebendo esse feedback do público. Acho que diz muito sobre como a gente está caminhando em relação a isso.

Além de atriz, você também é cantora e compositora. Como tem administrado essas outras facetas?

Ultimamente eu escrevo muito, acho que sou mais compositora do que cantora [risos]. Eu tenho feito trilha sonora de peças, tenho algumas coisas nas redes, mas estou com a ideia de colocar para frente
um EP novo, com músicas que compus nos últimos anos.