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Caetano O’Maihlan completa 20 anos de carreira

O ator, o guerreiro Setur em A Terra Prometida (Record TV), faz sua estreia nos cinemas

Por Ligia Andrade / Fotos: Carol Beiriz Publicado em 18/02/2017, às 20h30 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Caetano O’Maihlan - Fotos: Carol Beiriz
Caetano O’Maihlan - Fotos: Carol Beiriz
Como um bom paulistano, Caetano O’Maihlan não se importa de ficar sem ir à praia. No entanto, é fácil esbarrar com ele em museus, teatro e shows pelo Rio de Janeiro. São os seus programas preferidos na cidade que escolheu para viver há 14 anos. No ar como o guerreiro Setur, em A Terra Prometida (Record TV), O’Maihlan participa de seu quarto trabalho bíblico. De alguma forma, sente que esses personagens o impactaram. “Tinha um pouco de preguiça da Bíblia, talvez pela linguagem rebuscada. Pude ver que estas são histórias que precisam ser contadas, fazem parte de quem somos hoje”, destaca o ator que, antes de sair de casa, gosta de elevar os seus pensamentos a Deus. “Quando estou em conflito, peço auxílio para transformar aquele sentimento ruim. Procuro me manter sempre em gratidão.” 

Levando poesia a hospitais
Completando 20 anos de carreira, O’Maihlan fez teste para a peça Clarão nas Estrelas e não parou mais de atuar. “Não era ator, no máximo um ‘cara de pau’, não tinha experiência. Lá, conheci o Marcelo Médici, Selma Egrei... Me apaixonei pela profissão”, recorda. Mesmo quando tentou se desviar da carreira, ao abrir uma empresa de marketing multinível com uma ex-namorada, por exemplo, era trazido de volta. “Existe uma missão espiritual em ser ator. Mas foi um intensivão sobre o mundo dos negócios. Às vezes, temos dificuldade de comercializar nossa arte, ficamos constrangidos, com vergonha, aceitando trabalhar de graça ou apenas em troca de permutas. Precisamos mudar isso.” 

Caetano O’Maihlan em frente ao Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro

Há seis anos, O’Maihlan participa do projeto Plateias Hospitalares, do Doutores da Alegria. “Na Companhia de Teatro Íntimo – fundada há 12 anos –, temos o Poesia ao Pé D’Ouvido. Chegamos aos hospitais com música, poesia e improvisamos a partir das situações que encontramos.” Com o projeto, o aprendizado é diário.“Percebemos que reclamamos muito por nada”, destaca. Prestes a estrear no cinema em Real – O Plano Por Trás da História, previsto para maio, O’Maihlan não precisou fazer teste para viver Octavio. “Havia sido chamado para ser um ator de teste (aquele que ensaia o texto com o protagonista). Ou seja, não participaria do longa. Mas agradei e fui chamado. Quando já se tem uma carreira, normalmente, olha a réplica como retrocesso. Enxerguei oportunidade”, ressalta ele, que também está no longa Copa 181, como um gay que não admite a sexualidade e se envolve com um travesti. “O desafio é humanizar esse personagem e mostrar para os Léos que seus desejos e afetos são normais. Evitando a violência com os outros e consigo.” Ele chegou a visitar uma sauna gay e entrevistar garotos de programa, surpreendendo-se. “Eles quase nunca são do Rio. Apesar de ressaltarem a parte glamourosa, eles têm sempre uma tristeza no fundo do olhar”, opina.

Barriga de tanquinho
Com 78 quilos distribuídos em 1,83 metro, O’Maihlan leva numa boa cantadas de outros homens. “Se não for invasivo! Se estiver me desrespeitando, deixo claro. Independentemente do sexo.” O tanquinho ostentado nas redes sociais é resultado de intensas atividades físicas. “Para mim, é mais terapêutico do que por vaidade. Sendo Leão com Áries, tenho muita energia, que pode virar ansiedade e angústia. A malhação me equilibra”, diz ele, que não abre mão de sua cervejinha. “Acredito em um equilíbrio. Faz parte da saúde mental e espiritual.” Solteiro, gosta de mulheres com atitude, inteligência e humor. “Viver é uma experiência afetiva pela qual devemos ser transformados, saindo da nossa zona de conforto”, afirma.