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Exclusivas / Mundo dos fãs

Fãs profissionais, donos de fã-clubes nas redes sociais encaram jornada dupla para interagir com ídolos

Trabalho, estudos e uma rotina pesada de administração nas redes; entenda o mundo dos fã clubes

Leandro Fernandes Publicado em 23/05/2021, às 13h51

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Fã-clubes de Luan Santana, Juliette Freire e Paolla Oliveira - Reprodução/Instagram
Fã-clubes de Luan Santana, Juliette Freire e Paolla Oliveira - Reprodução/Instagram

Rodando pelas seções de comentários no Instagram de qualquer celebridade, é impossível não se deparar com ao menos uma conta que traz o nome e foto do próprio, normalmente acompanhado por alguma frase ou palavra em inglês. São os chamados fã-clubes, ou fan accounts.

As contas são administradas por fãs dedicados, que passam parte do dia administrando o perfil como se fosse uma questão profissional. Para entender melhor esse mundo, conversamos com três donos de contas do tipo.

Fã-clube de Luan Santana

Emanuelle foi uma dessas pessoas. Ela administra uma conta de fã clube do sertanejo Luan Santana desde 2018. "Sempre tive uma grande admiração pelo Luan e com um fã clube vi um jeito de demonstrar todo esse sentimento", conta.

A vontade de tornar público o amor pelo ídolo parece ser a grande motivação de quem começa essa empreitada. Arlete, que tem uma conta em homenagem à atriz Paolla Oliveira, também quis demonstrar o quanto admirava o trabalho e a pessoa da estrela. No processo, ela teve de driblar não só o processo de aprender a utilizar a rede social, mas também o desafio de conciliar a conta com sua vida profissional.

Fã-clube de Paolla Oliveira

Ela tem uma rotina digna de social media, aliás. "Geralmente posto meio dia, na hora do almoço, às sete e meia da noite, quando estou em casa, e às dez da noite", revela. A conta já tem quase 230 mil seguidores, mais do que muitos aspirantes a influenciadores.

Um retrato notório dos últimos tempos na questão dos fã-clubes de Instagram envolve os participantes de reality. Dos mais notórios aos que não fizeram tanto sucesso no BBB, todos ganharam inúmeras contas de admiradores, dedicadas a repercutir seus bons momentos. Susie Kelly é administradora de três páginas do tipo, incluindo uma em homenagem à vencedora do Big Brother Brasil 21, Juliette Freire.

"O tempo gasto nos fã-clubes durante todos os dias é de 8 horas e meia por dia", conta ela, para quem o assunto é sério. "Gasto umas quatro horas publicando Stories e interagindo no perfil dos ídolos, trocando mensagens, likes e comentários. Já o restante do tempo é gasto inovando em edits e pesquisando ideias de novos conteúdos".

Fã-clube de Juliette Freire

A página surgiu antes mesmo da entrada da paraibana no reality. "Quando vi a chamada que a Juliette iria participar do BBB, eu criei a conta. Comecei a me dedicar a ela e como a Juliette estava disputando uma imunidade na primeira semana do reality, eu puxei mutirão tanto aqui no Instagram como no Twitter", relata Susie. A maquiadora acabou de fato entre os seis imunizados pelo voto do público na primeira semana.

Um outro fator que motiva tanta dedicação é a chance de interagir mais de perto com os famosos. As três já tiveram a chance de serem seguidas de volta pelos ídolos e receber curtidas e comentários. Susie chegou até a interagir diretamente com Arcrebiano Araújo, o Bil, que agora está no No Limite. Com a família de Juliette, virou até amizade.

"Fui mantendo amizade com os adms e amigos da Ju, algumas amigas adms e até a mãe dela, a Dona Fátima", revela.

As páginas são tão numerosas que o Instagram tem uma categoria própria para elas: "Página de fãs", como aparece sob os fã-clubes de Susie e Arlete, citadas aqui. E não são contas criadas e depois vendidas com o acúmulo de seguidores - os admnistradores mantêm as páginas por anos, alimentando e criando conteúdo da mesma maneira que um influenciador ou marca faria.

Quando se trata de um fanatismo apaixonado, uma coisa importante é saber como é a sensação de ser notado por alguém que de outra maneira seria inalcançável. "O susto, o frio na barriga, não tem como não sentir", conta Susie.

Emanuelle narra algo parecido: "Eu fiquei sem reação, sem acreditar, foi um sentimento muito bom". Para ela, aliás, a criação do fã clube foi abertamente uma maneira de buscar uma interação. "Seguia alguns fã-clubes e alguns ele seguia e até respondia comentários. Aí eu pensei que com o fã clube eu teria mais chance dele me notar", confessa.

Para Arlete, ter contato com Paolla foi uma experiência forte e inesquecível - mesmo que seja somente através de um "follow" no Instagram. "Foi sem dúvidas um dos melhores dias da minha vida", descreve. Só sendo fã para entender.