Ingrid Guimarães faz piada com a alta do dólar em programa do GNT

Apresentadora do Além da Conta, que estreou ontem (6) no GNT, Ingrid Guimarães, 43 anos, jura que tirou o "demônio" do consumismo do corpo. A piada será levada ao ar no programa, que, na terceira temporada, faz uma divertida e provocante análise da crise econômica e da alta do dólar que espantaram os brasileiros de cidades dos Estados Unidos. "Eu tirei total este demônio do meu corpo! Fiquei em apartamento e levei a minha família para lá. Fazia jantar em casa para os convidados do programa, inclusive, já economizando com o restaurante. E chegamos à conclusão de que na crise todo mundo se une mais", revela a também atriz e humorista.

O programa de oito episódios estreou com Ingrid e a atriz Lília Cabral indo a uma papelaria. No decorrer das semanas, ela mostrará, além de como ela própria e os convidados driblam a crise e como os brasileiros estão se virando para gastar menos e tentar se conter na hora de comprar. Na atração, também será exibido o reencontro de Ingrid com o reverendo Billy, da Stop Buy Church, em plena Black Friday, na frente da Macy's, templo do consumo em Nova York. Enquanto ele vociferava junto a um pequeno grupo em frente à loja de departamentos "Pegue o seu cartão de crédito e o corte", Ingrid respondia: "Não tenho mais cartão de crédito", obviamente uma brincadeira para a gravação. Ela conheceu a igreja logo na primeira temporada e foi até ele para "tirar o demônio" do consumismo. "Agora, quando o reencontrei, ele lembrou de mim e eu disse que estava curada", diverte-se.

"Quase não fizemos esta terceira temporada. Ficamos na dúvida se valeria a pena falar deste momento. Mas o programa faz muito sucesso. Faço ele uma vez por ano, que é quando a Globo me libera. As pessoas me encontram na rua ou pelas redes sociais e me abordam para falar que é um programa que representa uma época do País. Ele é quase antropológico. Foi quando o brasileiro teve a oportunidade de viajar e também de comprar. Quando as pessoas veem os famosos falando que compram quando estão tristes, o espectador se identifica. Eu não sabia se queria falar de alguma coisa que eu como consumidora neste programa também estaria vivendo. Mas daí tivemos a ideia de falar sobre como as pessoas estão lidando com o dólar a 4 reais. A gente tem sempre um contraponto, como pessoas que são contrárias ao consumo. Neste programa, encontramos pessoas interessantíssimas, com outra visão de futuro, deste movimento de morar em casas menores, de reciclar lixo, de provar que o consumo não traz felicidade", conta Ingrid, que também aproveitou para dar lições de educação financeira para sua filha, Clara, 6 anos, que a acompanhou na viagem. 

"A gente focou muito na história da crise e do dólar alta. Aqueles brasileiros que voltavam com seis malas de Miami e de Nova York sumiram. Caiu 50% a ida. A gente até fez uma piada, que eu entro numa loja e o vendedor pergunta se eu sou brasileira e ele me abraçou e começou a chorar! Nos últimos anos, éramos os primeiros em compras nos Estados Unidos. Quase todas as grandes lojas tinham vendedores brasileiros ou que falavam português. A maioria das pessoas que encontrei nas ruas, fora o brasileiro que é rico, o cidadão comum, que programa a viagem e vai para comprar em outlet, só foi porque já tinha comprado a passagem um ano antes e não tinha como não ir. São pessoas que me contaram que tinham o sonho de ir, mas o tipo de viagem mudou. O cachorro quente virou almoço para poder comprar mais ou poder comer melhor à noite. Fiz uma esquete em que eu vendia cachorro quente para os brasileiros. Pela primeira vez, este perfil de brasileiro está indo a museu de graça, indo ao Central Park e parando de só comprar. Antes, brasileiro ia e ficava só em outlet. Na 5ª Avenida, muito brasileiro estava apenas passeando para tirar foto e publicar no Instagram", adianta a apresentadora sobre os próximos episódios, que são exibidos sempre às quartas-feiras, às 22h30. Tiago Abravanel também é convidado, entre outros. Com o cantor e também ator, ela fez um show improvisado em plena Times Square e passou o chapéu, arrecadando alguns dólares.