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Pathy Dejesus interpreta mulher em relacionamento abusivo em monólogo: "Um grito de sobrevivência"

Em entrevista para a CONTIGO!, atriz detalhou sua participação no projeto 'Dez por Dez', que reúne grandes artistas

Julia Palmieri

por Julia Palmieri

jpalmieri@editoracaras.com.br

Publicado em 03/06/2021, às 15h52

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Pathy Dejesus interpreta mulher em relacionamento abusivo no monólogo "Dez por Dez": "Vejo nela um grito de sobrevivência" - Reprodução/Divulgação
Pathy Dejesus interpreta mulher em relacionamento abusivo no monólogo "Dez por Dez": "Vejo nela um grito de sobrevivência" - Reprodução/Divulgação

Estrela de um dos monólogos da peça “Dez por Dez”, a atriz Pathy Dejesus contou com exclusividade para a CONTIGO! a experiência de participar da produção que adapta o texto do dramaturgo Neil LaBute em uma versão realizada pelos Irmãos Leme.

São ao todo dez histórias de dez minutos que reúnem um time de atores que dão vida a personagens homens e mulheres nas faixas dos 20, 30, 40, 50 e 60 anos de idade.

“O monólogo traz uma profundidade e intensidade muito grande. É um formato que atinge o espectador como uma conversa íntima e isso é entregue de uma forma diferente do que se estivesse contracenando com um outro ator, por exemplo”, conta a atriz sobre como é fazer a peça. 

Para ela, apesar de criar uma familiaridade com o espectador, também há grandes desafios nesse formato: “A maior dificuldade, acredito, é fazer de uma forma que mantenha sempre a atenção do espectador, mesmo sendo um drama, precisa ter uma dinamicidade onde o monólogo não vai se tornar cansativo. O texto e a direção do projeto conseguiram desenvolver isso de uma forma muito inteligente, eu adorei fazer parte!”.

Pathy Dejesus interpreta a mulher de 40 anos, que conta no monólogo sobre seu casamento. Frequentemente espancada e abusada emocionalmente por seu marido, ela foge de casa e acaba se relacionando com outra mulher, encontrando, assim, um novo casamento e, ao mesmo tempo, um refúgio.

A atriz também ressalta que, apesar de ser mais complexo interpretar uma mulher que enfrenta uma cicatriz tão profunda, também é importante para que outras possam se identificar: “É sempre difícil fazer uma personagem que mexe com as dores femininas, dores essas que muitas mulheres sofrem diariamente – dor essa que aumentou tanto durante a pandemia, limitando a fuga de muitas mulheres. E para mim o desafio é levar essa história de uma forma que, se uma mulher que está passando por isso assistir, vai conseguir se sentir ouvida, acolhida e representada de alguma forma”.

Após enfrentar um relacionamento abusivo, a personagem se relaciona novamente. Para Pathy Dejesus, é muito expressivo o fato de ela ter conseguido se entregar de novo para outra pessoa, mesmo com um passado de abuso.  Essa nova relação é com uma mulher em que a personagem confia e conhece há muito tempo, onde há muita intimidade e amizade.

“Não é novidade a dificuldade que muitas mulheres passam em relacionamentos abusivos e o mundo que elas precisam mover para sair deles. É tanta força, tanta coragem, eu vejo nela um grito de sobrevivência e de auto amor. Que mesmo dentre tantas dificuldades ainda, já que ela vive escondida do ex, ela floresce em amor em si e isso transborda. Esse renascimento dela, depois de tantos anos casada, depois de tanta dificuldade, é muito lindo de ver”, afirma a atriz.

Aos 44 anos, Pathy Dejesus entende os principais problemas e aflições de uma mulher nos seus 40, mas para ela, eles não são ligados a faixa etária. Cada uma enfrenta suas próprias adversidades na vida: “Somos múltiplas. Eu, por exemplo, procuro equilíbrio entre exercício da profissão e a maternidade. Minha personagem encontra-se na dificuldade de um recomeço. E tenho certeza que se perguntarmos para um grupo de mulheres, as respostas serão diversas. Tudo isso para se dizer que existe um grande estigma, dos 30, 40, 50... mas somos únicas e atravessamos processos diferentes”.

Contando histórias que passam por diferentes gerações, os monólogos de “Dez por Dez” fazem com que o público se enxergue naqueles personagens. “A peça como um todo tramita entre diversas gerações e isso vai causando uma identificação de quem assiste. Outras gerações podem se ver nas situações apresentadas também. A peça traz assuntos e questões muito atuais, muito pertinentes e isso por si só também traz aderência”.

O monólogo estrelado por Pathy Dejesus estará disponível nesta quinta (3) no site do Teatro Unimed.  Os vídeos ficam disponíveis para serem acessados nos dias seguintes.