Contigo!
Busca
Facebook Contigo!Twitter Contigo!Instagram Contigo!Youtube Contigo!Tiktok Contigo!Spotify Contigo!
Famosos / Teatro

Carla Salle desafia patriarcado em Shakespeare Apaixonado: 'Mulheres transgressoras'

Em entrevista à CARAS Brasil, Carla Salle faz reflexão sobre obra shakespeariana e conecta história com desafios modernos

Ao lado de Rodrigo Simas, Carla Salle leva amor ao teatro para papel em Shakespeare Apaixonado - Divulgação/João Caldas
Ao lado de Rodrigo Simas, Carla Salle leva amor ao teatro para papel em Shakespeare Apaixonado - Divulgação/João Caldas

Carla Salle se prepara para a reta final do espetáculo Shakespeare Apaixonado, que encerra temporada no próximo domingo (13), em São Paulo. Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz comenta sobre a peça, onde desafio o patriarcado ao dar vida protagonista Viola: "Mulheres transgressoras", declara.

Secunda a intérprete, estar na peça foi um caminho natural, guiado pela sua conexão com o teatro. "Comecei minha carreira no teatro e Shakespeare teve um papel fundamental na minha formação. Fico fascinada com a profundidade das histórias dele e como elas retratam a humanidade", conta.

Em Viola, personagem central de outra peça de Shakespeare chamada Noite de Reis, a atriz viu uma oportunidade única: "Com sua coragem e determinação, ela enfrenta as dificuldades impostas por uma sociedade patriarcal. Esse tipo de personagem me instiga e inspira". 

As dificuldades citadas por Carla, no drama teatral, são relacionadas à impossibilidade de a personagem atuar — e para realizar o sonho de estar no teatro, Viola se passa por um rapaz, já que apenas homens podiam estar no tablado no século 16. Paralelamente, hoje, mesmo que as mulheres tenham liberdade para atuar livremente, a intérprete destaca que outros desafios são enfrentados diariamente:

"Hoje, diferentemente da época em que mulheres sequer podiam atuar, há inúmeras mulheres na indústria cinematográfica e artística, enfrentando outros desafios. Uma luta constante para uma atriz que quer explorar diferentes territórios é não ser colocada em uma caixa, por exemplo", destaca. Para Carla, uma das grandes questões para as atrizes de hoje é "ter a oportunidade de mostrar seu trabalho de diferentes maneiras, em diferentes registros".

"Há uma frase dela, no texto, que me emociona: 'nesse palco, eu fui livre'. Essa liberdade é exatamente o que experimento em cena", compartilha Carla, que se define como uma artista que gosta de viver desafios e se arriscar.

Ao lado de Rodrigo Simas, que interpreta um jovem William Shakespeare cheio de sonhos, e de Ana Lúcia Torre, que dá vida a Rainha Elizabeth I, Carla Salle integra o elenco principal e entrega ao público uma apresentação única.

"Somos um elenco profundamente conectado, cada personagem tem sua própria curva dramática, ideias novas surgem a cada dia e tudo se torna ainda mais vivo e em movimento", comenta. Sobre os colegas de elenco, a atriz só tem elogios: "Rodrigo é um ator de entrega total, intenso e vibrante, estar com ele em cena é maravilhoso. E Ana Lúcia é uma inspiração, um privilégio observar de perto o processo criativo e contracenar com essa atriz magnífica". 

Para a Carla artista, mulher e amante de teatro, as personagens rebeldes de Shakespeare são essenciais para fomentar questionamentos importantes na sociedade. "Existe uma resistência feminina nas obras de Shakespeare, mulheres muito transgressoras. Acredito que desafiar as convenções e tradições da época com uma personagem como a Viola faz com que a gente questione as nossas próprias, nos dias de hoje. Essas personagens incitam a liberdade, transformam, inspiram", conclui.

LEIA NA ÍNTEGRA NA CARAS BRASIL