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Famosos / SAÚDE MENTAL

Doenças de Lucas Lucco vem à tona e especialistas alertam: 'Anos sofrendo'

Doenças de Lucas Lucco viram assunto entre especialistas da saúde mental; saiba quais são os transtornos do cantor

Laura Vicaria
por Laura Vicaria
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Publicado em 06/12/2024, às 12h55 - Atualizado às 13h27

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Doenças de Lucas Lucco vem à tona e especialistas alertam: 'Anos sofrendo' - Reprodução/Instagram
Doenças de Lucas Lucco vem à tona e especialistas alertam: 'Anos sofrendo' - Reprodução/Instagram

Quem acompanha o cantor Lucas Lucco nas redes sociais já notou que ele vem compartilhando desabafos pesados sobre sua saúde mental. Em entrevista à revista GQ, o artista contou que sofre de Transtorno de Bipolaridade e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). “Cada dia você acorda de um jeito. Um dia mal, outro legal. E você tem que acordar, trabalhar, não tem chororô", desabafou ele. Agora, especialistas nos ajudam a entender a trajetória que o famoso vem enfrentando nos últimos anos. 

O que é o Transtorno Bipolar?

Segundo a psicóloga Letícia de Oliveira, o "transtorno bipolar é um distúrbio de saúde mental caracterizado por oscilações extremas de humor, energia e comportamento". Essa oscilação pode se manifestar em dois extremos: a fase de mania e a fase de depressão. Nesta primeira, o paciente fica hiperativo, eufórico e impulsivo. Já na segunda, ele pode apresentar tristeza profunda, cansaço e desesperança.

"Embora essas fases sejam as mais conhecidas, o transtorno não se resume a elas. Há também períodos de estabilidade, mas a imprevisibilidade dos ciclos pode tornar a vida da pessoa um constante desafio", explicou a profissional.

E, como todo transtorno relacionado a saúde mental, a bipolaridade causa prejuízos graves à vida do paciente: "As relações pessoais, a carreira e até mesmo atividades cotidianas podem se tornar difíceis de gerenciar. A falta de compreensão sobre a doença, tanto por parte da sociedade quanto do próprio paciente, frequentemente agrava a situação. Muitos passam anos sofrendo com os sintomas antes de receberem um diagnóstico, confundindo as alterações de humor com traços de personalidade ou simples reações às dificuldades da vida".

O que é o TDAH?

Além da bipolaridade, Lucco sofre com o transtorno que, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), atinge cerca de 6 milhões de brasileiros. O Ministério da Saúde ainda aponta que o diagnóstico afeta de 5% a 8% da população mundial. Geralmente, os sinais do TDAH começam a ser dados na infância, mas é comum que muitas pessoas descubram a doença após a vida adulta devido a falta de atenção e informação.

O TDAH se caracteriza pelo déficit na capacidade de autorregulação e autocontrole, o que leva a pessoa a agir de forma mais impulsiva ou levar mais tempo para entender algumas situações O psicólogo Damião Silva nos ajudou a entender melhor o quadro: "A hiperatividade se manifesta como inquietação constante, dificuldade em permanecer sentado, correr ou escalar em situações inadequadas e falar excessivamente. A impulsividade, por sua vez, é caracterizada pela dificuldade em esperar a vez, interromper ou se intrometer nas conversas ou jogos dos outros e responder precipitadamente antes que a pergunta seja concluída".

“Desmistificar o TDAH em crianças é fundamental para garantir que elas recebam o apoio e tratamento adequados desde cedo. Os principais sinais do TDAH incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade. Crianças com TDAH frequentemente têm dificuldade em prestar atenção a detalhes, cometem erros por descuido, têm dificuldade em manter a atenção em tarefas ou jogos, parecem não ouvir quando faladas diretamente, não seguem instruções e falham em finalizar tarefas", seguiu.

Diagnóstico tardio

Como dito anteriormente, é aconselhável que o diagnóstico venha na infância para que a pessoa inicie o tratamento o quanto antes e leve uma vida mais equilibrada. “Para identificar o problema, é necessária uma avaliação completa realizada por profissionais de saúde mental, incluindo psicólogos, psiquiatras e pediatras. Esse processo envolve a coleta de um histórico clínico detalhado sobre o comportamento da criança em diferentes ambientes, observação direta por profissionais, aplicação de questionários aos pais, professores e à própria criança, além de entrevistas clínicas", disse.

Portanto, com o diagnóstico, a família saberá o que fazer com a criança: “Uma vez identificado o TDAH, ajudar a criança envolve várias abordagens. A intervenção psicológica, como a terapia cognitivo-comportamental, é essencial para desenvolver habilidades de organização, controle de impulsos e regulação emocional. Na escola, métodos de ensino e ambientes devem ser adaptados para melhor atender às necessidades da criança. Em alguns casos, o uso de medicamentos estimulantes pode ser recomendado para ajudar a controlar os sintoma".

Ajuda profissional

Como o próprio Lucas Lucco disse, ter a ajuda profissional adequada é o que mais faz diferença neste processo. “O papel da terapia é fundamental”, destaca Letícia. “Ela ajuda o paciente a identificar gatilhos, desenvolver estratégias de enfrentamento e construir um estilo de vida mais equilibrado. Não é apenas sobre tratar a doença, mas sobre devolver à pessoa a autonomia sobre sua vida.”

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