Virginia está colocando as filhas em risco? Especialista comenta sobre a decisão da influencer de deixar as crianças foras da escola por enquanto
Publicado em 25/09/2024, às 15h50
Virgínia Fonsecatomou a polêmica decisão de tirar suas filhas - Maria Alice, de 3 anos, e Maria Flor, de 1 - da escola até que o caçula da família, José Leonardo, tomasse todas as vacinas. A escolha da famosa foi motivo de comentários negativos na internet, portanto, a Contigo! conversou com a biomédica e especialista em neurociências e desenvolvimento infantil Telma Abrahão para entender a gravidade da situação.
Ao contrário do que muitos acreditam, tirar as meninas da escola agora não apresenta nenhum risco, já que elas estão em uma fase que não exige o trabalho escolar. "O desenvolvimento saudável na primeiríssima infância, que são os 3 primeiros anos de vida, não depende exclusivamente da escola. O que é fundamental é o ambiente de segurança emocional e o fortalecimento do vínculo com os cuidadores. Se as crianças mantêm interações significativas, seja com os pais ou em outros contextos, a interrupção temporária da escola não necessariamente trará prejuízos", contou a especialista.
Segundo Abrahão, talvez as meninas sintam falta do ambiente socializador, mas esse trabalho pode ser feito em casa: "O risco maior está em perder oportunidades de socialização, mas essas experiências podem ser compensadas em casa, desde que o ambiente ofereça estímulos, conexão e segurança emocional".
Ou seja, a escola não é uma necessidade extrema no momento já que o período em que as garotinhas estão exige mais zelo do que educação externa: "Nessa fase, o mais importante para o desenvolvimento é a criação de um apego seguro, o nome que damos a construção de um vínculo forte entre a criança e seus cuidadores primários. Isso envolve a presença de um cuidador responsivo às necessidades físicas e emocionais da criança".
E seguiu: "A escola pode ser um espaço de estímulo, mas não é indispensável nessa idade para o bom desenvolvimento da criança. A interação direta com figuras de apego (pais, cuidadores) é o que mais promove o desenvolvimento emocional e social nessa faixa etária. A criança precisa se sentir segura e conectada, seja na escola ou em casa. O fundamental é que exista um ambiente que promova confiança, estabilidade e interação afetiva".
Telma Abrahão ainda disse que a atitude protetiva de Virgínia não é um exagero, mas é possível procurar outras alternativas: "O medo da mãe é compreensível, especialmente em relação ao sistema imunológico do recém-nascido. As crianças de fato podem trazer vírus e bactérias para casa ao interagir com outros na escola. No entanto, isso faz parte do desenvolvimento natural do sistema imunológico. Evitar completamente o contato com outros ambientes pode aumentar a ansiedade e o medo da mãe. Existem formas de minimizar o risco de infecções sem precisar isolar as irmãs, como o reforço na higiene e monitoramento da saúde das crianças".
E quais seriam essas alternativas? Ela explica: "Reforçar hábitos de higiene nas meninas, como lavar as mãos e mudar as roupas ao chegar em casa, pode ser eficaz para minimizar o risco de transmissão. Isso permite que as crianças sigam se desenvolvendo em um ambiente seguro, enquanto o bebê é protegido".