Após morte de Rita Lee, o filho dela, João Lee, retorna à casa em que ela morava e relata dor e saudades: confira
Filho da cantora Rita Lee, João Lee relatou nesta sexta-feira (19) como foi retornar à casa em que ela passou os últimos anos de vida. Apesar de residir no local, longe dos centros urbanos, Rita passou os últimos meses morando com o herdeiro, para facilitar o acesso ao hospital.
João publicou duas fotos: uma da famosa mexendo em um tablet e outra dele segurando a nova autobiografia assinada por ela. Ele contou como se sentiu ao voltar para o local em que a mãe e o pai, Roberto de Carvalho, moraram durante anos.
"Antentem foi o dia em que meu pai e eu resolvemos voltar para a casa onde eles moram. Foi a primeira vez desde que minha mãe partiu e depois de 3 meses morando juntos no meu apartamento. Meu pai foi mais cedo e eu fui um pouco mais tarde. No caminho, fiquei pensando como seria essa primeira vez. Não sabia o que esperar ou o que iria sentir. Para ser sincero, nunca imaginei que um dia viveria isso. É tudo tão estranho. De alguma maneira, sempre enxerguei minha mãe e meu pai meio que como seres eternos e imortais", desabafa.
Ele diz que quase não conseguiu entrar na casa. "Fui me aproximando da casa bem devagarzinho, abri o portão, entrei com o carro e…. travei. Fiquei parado dentro do carro por cerca de 10 minutos, sem conseguir sair do lugar. Do nada, fui atropelado por um turbilhão de memórias e sentimentos, tudo meio que em fast forward, bagunçado e ao mesmo tempo. Foi muito maluco".
Antes de levar Rita de volta para a cidade grande, ele se mudou de mala e cuia para a casa onde os pais moravam quando ela foi diagnosticada com câncer. "Saí do carro e fiquei em pé olhando para a casa. A casa que passei os últimos dois anos. A casa onde vivi momentos difíceis e momentos tão especiais. Não conseguia dizer nada", relata.
"Viver esse momento é viver um vazio diferente e impossível de explicar em palavras. Só quem passa por isso sabe como é. Não existe um outro vazio que seja tão forte ou que chegue perto", explica. "Jantei sentado no lugar onde ela jantava na mesa, assisti TV sentado no seu lugar no sofá, fui ao seu quarto, abracei e cheirei suas roupas, deitei na cama e olhei para as estrelinhas do teto... Enfim, fiz um tour completo por todos os seus cantinhos prediletos. Mas, acabei indo dormir sem ter conseguido o que mais queria: sentir a presença dela aqui comigo. A sensação de vazio ainda é muito persistente e forte".
Ele ainda conta que ler a autobiografia fez com que ele entendesse melhor a mãe e conseguisse enfim se sentir próximo novamente. "Lendo o livro, além de me trazer conforto e paz, trouxe também aquilo eu mais queria: a sensação de que ela está aqui comigo. Passei o dia todo arrepiado, como se ela estivesse sentada ao meu lado e contando tudo do livro para mim. Eu consegui ouvir a sua voz lendo o texto. Agora, sinto a sua presença em toda a casa. Está dando um quentinho no coração e na alma que estava precisando". Confira na íntegra:
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Aconteceu nesta terça-feira (16) a Missa de Sétimo Dia da cantora Rita Lee, que faleceu na última semana aos 75 anos, deixando seu legado de Rainha do Rock. Após a cerimônia, o viúvo Roberto de Carvalho se emocionou ao falar da amada com quem ficou junto por 47 anos.
"Eu só tenho a agradecer o carinho, o amor, que vieram como um tsunami em cima da família, em cima de nós todos, e tenho certeza que o sopro que gerou esse tsunami, o terremoto que gerou esse tsunami foi o meu amor à minha amada, que eu espero que esteja assistindo a tudo isso que está acontecendo aqui, a toda essa demonstração de carinho, de amor dos fãs, dos amigos, de vocês todos", declarou ele à imprensa, segundo o Gshow, enquanto saia do local.
Em seguida, o cantor reviveu a dor que sentiu há uma semana: "Acredito que todo mundo está aqui para cumprir um contrato de alma. Ela cumpriu o dela com maestria e foi direto para a luz. É nisso em que acredito. Hoje foi mais uma celebração, claro, com uma dose de tristeza, de saudade, tudo isso que faz parte da primeira etapa do luto".