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Famosos / Teatro

Lucas Drummond elege São Paulo como a cidade do teatro: 'Público consome cultura'

Em entrevista à Contigo!, Lucas Drummond comenta sobre retorno à capital paulista após temporada no Rio de Janeiro e elogia cidade

Lucas Drummond como Phillip em Órfãos - Divulgação
Lucas Drummond como Phillip em Órfãos - Divulgação

Recentemente em cartaz com o espetáculo Órfãos, no qual trabalhou como ator e produtor, Lucas Drummond agrega mais uma temporada de sucesso à peça que soma dois anos em cartaz e 21 indicações a prêmios teatrais. Em entrevista à Contigo!, o artista compartilha a opinião sobre a recepção dada à obra pelo público de São Paulo e elege a cidade como a meca do teatro no Brasil: "Público consome cultura", aponta.

A resposta do público geral sobre o espetáculo, como conta Lucas, foi muito positiva, recheada de carinho e afeto. "Acho que o espetáculo realmente toca as pessoas. Digo isso pela quantidade de pessoas que ficam para falar conosco ao final de cada apresentação", compartilha. Segundo o artista, o fato de tantas pessoas escolherem tomar uma parte do tempo para se comunicarem com o elenco é uma experiência única: "No mundo de hoje, onde a maior parte das pessoas só se relaciona virtualmente, receber esse carinho do público, presencialmente, é surpreendentemente delicioso".

A mudança de ares da peça, que já esteve no Rio de Janeiro e em turnê pelo Brasil, foi vista pelo intérprete com bons olhos: em São Paulo, Lucas destaca o contato com uma plateia exigente, mas que também se entrega mais à história narrada nos palcos. "Está sendo um prazer enorme, eu estava com saudade dessa experiência. São Paulo é a meca do teatro. É a melhor cidade para se fazer teatro no Brasil, porque o público realmente consome cultura", pontua.

"Ironicamente, eu tenho a sensação de que, apesar de ser um público mais sério e exigente, as pessoas riem mais do espetáculo do que riam no Rio de Janeiro. Talvez, o paulistano pegue mais as sutilezas ou esse seja um perfil de espetáculo que o público paulistano aprecie mais, não sei", reflete o ator carioca.

Um espetáculo de sucesso

O primeiro contato do ator com Órfãos foi em 2018, quando estava nos Estados Unidos durante um Conservatório de atuação em Nova Iorque. "Uma das professoras me escalou para fazer o Phillip e, em parceria com o colega escolhido para interpretar o Treat, levantamos duas cenas da peça. Mas foi só em 2022, quando de fato começou o processo de ensaios do espetáculo, que a preparação se intensificou", narra.

Ao todo, foram quatro anos de organização para o projeto sair do papel, e Lucas destaca como um dos grandes desafios do trabalho conciliar suas duas funções desempenhadas na peça: "Primeiro, porque o trabalho é dobrado e, segundo, porque no momento em que toca o terceiro sinal, eu preciso esquecer o Lucas produtor, para focar somente no Lucas ator", explica.

Apesar disso, ele elenca parceiros de equipe que facilitaram o processo. "Tenho o privilégio de ter ao meu lado uma equipe extremamente competente, liderada pela Nathalia Gouvêa, que fica responsável pela produção, quando eu estou em cena".

Na preparação para viver Phillip, seu personagem em Órfãos, o ator elogia a condução de Fernando Philbert, diretor do espetáculo, e de Toni Rodrigues, diretor de movimento — essencial no processo de encontrar a fisicalidade de um personagem que não sai de casa há 20 anos e se relaciona de modo particular com tudo ao seu redor. "Como eu sou muito nerd", brinca, "também peguei algumas sessões particulares com a minha preparadora, Letícia Helena. O trabalho com a Letícia me ajudou a me conectar mais com o personagem", conclui.

O sucesso da peça, que recebeu mais de 12 mil espectadores, contando as temporadas no Rio de Janeiro, em São Paulo e a turnê, segundo Lucas, é fruto da qualidade da obra e da montagem. "Passei quase 4 anos levantando esse projeto. Foram 4 anos de muita luta. Então, se eu disser que eu não esperava que o espetáculo fizesse sucesso, eu estaria mentindo descaradamente", compartilha de bom humor, "mas olhando para trás, esse projeto colheu tantos sucessos que, com certeza, a repercussão superou todas as minhas expectativas". 

Lyle Kessler, dramaturgo que escreveu a versão original do espetáculo, assistiu à montagem brasileira e declarou ser "uma das melhores encenações que o espetáculo já teve". "Olha que ele já viu essa peça em tudo quanto é canto do mundo... Então, acho que o conjunto da obra e o amor com o qual contamos essa história é o que tem despertado a atenção do público", reflete Drummond.

Com o fim da temporada paulistana de Órfãos, o artista emenda uma turnê com o musical O Pescador e a Estrela, que estará em dez unidades do SESC no Rio de Janeiro. Além do teatro, ele promete estar em um filme que será gravado antes do final do ano e convida o público a assistir a minissérie da MAX Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente, da qual ele integra o elenco, o curta musical Nesta Data Querida, escrito por Vitor Rocha, dirigido por André Leão e produzido por ele, e o longa Apenas Coisas Boas, com previsão de estreia para o ano que vem, primeiro em festivais de cinema.