Em entrevista à Contigo!, o médico Raphael Boesche Guimarães também explica que a avaliação médica é essencial para o quadro de Jair Bolsonaro
Publicado em 14/04/2025, às 11h30
O ex-presidente Jair Bolsonaro (70) precisou ser internado às pressas em um hospital em Natal, no Rio Grande do Norte, após sentir dores fortes na região do abdome e, neste domingo, 13, foi submetido a uma longa cirurgia. Apesar do susto, esta não foi a primeira vez que o político sentiu dores abdominais e o quadro pode acender um alerta para as chamadas aderências pós-operatórias.
Em entrevista à Contigo!, o cardiologista Raphael Boesche Guimarães explica que esse tipo de complicação é relativamente comum em pacientes que passaram por diversas cirurgias abdominais, assim como Bolsonaro.
O médico, que acompanha casos semelhantes, explica que as aderências pós-operatórias são faixas de tecido cicatricial anormal, que se formam entre órgãos, ou entre a parede abdominal e órgãos. Apesar de surgirem como parte do processo natural de cicatrização do corpo, podem causar sintomas incômodos e graves em alguns casos.
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"Essas aderências acabam ligando estruturas que normalmente estariam separadas. Isso pode provocar distorções, dores e até complicações como obstrução intestinal", afirma o médico, que lista os possíveis efeitos das aderências:
Guimarães diz que o diagnóstico também costuma ser desafiador, já que ele não costuma aparecer em exames comuns. Já o tratamento, pode variar dependendo da gravidade do caso. "Em situações leves, mudanças alimentares e analgésicos podem ajudar. Mas, em casos mais graves, uma nova cirurgia pode ser necessária para remover as aderências."
O médico diz que é importante o paciente ter uma avaliação detalhada por profissionais de saúde, e reforça que, no caso de Bolsonaro, as aderências são apenas uma das possibilidades, e o quadro precisa ser analisado com outros exames clínicos. "É fundamental que cada caso seja individualizado. O tratamento deve considerar os riscos, os benefícios e o histórico do paciente."
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