Em entrevista à Contigo!, o Dr. Guilherme Rossoni, médico neurocirurgião, fala sobre o diagnóstico da brasileira que enfrenta a 'pior dor do mundo'
Carolina Arruda é a jovem brasileira que compartilha nas redes sociais sua batalha contra a neuralgia do trigêmeo, uma condição rara e debilitante que causa dor intensa, muitas vezes comparada a choques elétricos constantes no rosto.
Em entrevista à Contigo!, o Dr. Guilherme Rossoni, médico neurocirurgião, explica sobre a neuralgia do trigêmeo e tratamento da condição. No caso de Carolina, ela revelou nas redes sociais que a dor é tão insuportável que, mesmo com o uso combinado de morfina, analgésicos e canabidiol, não há alívio duradouro.
Segundo o Dr. Guilherme Rossoni esta é uma condição que recebe esta definição, neuralgia do trigêmeo, por causa de um problema no nervo trigêmeo, que nada mais é que o nervo responsável por levar as sensações do rosto até o cérebro.
"É uma condição que causa uma dor muito forte em uma parte do rosto. Esse nervo tem três ramificações, que passam pela testa, bochecha e queixo, quando ele está comprimido ou irritado, um leve estímulo (como escovar os dentes ou até mesmo sentir o vento no rosto), isso já pode causar uma dor muito forte", afirma.
O Dr. Guilherme Rossoni esclarece que muitos pacientes classificam como a pior dor do mundo porque se não fizer o tratamento adequado, pode ser tão forte e incapacitante que afeta muito a qualidade de vida da pessoa.
"Muitos pacientes relatam como uma das piores dores que existem. Inclusive, ela é chamada por alguns de 'a dor do suicídio' [...] a dor costuma ser repentina, aguda, como se fosse um choque elétrico no rosto e pode acontecer várias vezes no mesmo dia", responde.
O neurocirurgião reforça que é muito importante que as pessoas saibam que existe tratamento para a neuralgia do trigêmeo, e em muitos casos é possível controlar as dores com medicações que atuam efetivamente nos nervos. O especialista confessa sobre casos mais fortes.
"Quando os remédios já não fazem mais efeitos ou causam muitos efeitos colaterais, existem opções cirúrgicas. A escolha do tratamento depende muito do caso e também de cada paciente. O importante é saber que há tratamento pra isso e que as pessoas não precisam conviver com essa dor tão intensa", finaliza o especialista ao avaliar o caso da brasileira Carolina Arruda.
Leia mais em: Brasileira com a pior dor do mundo volta a considerar eutanásia: 'Não sei aonde isso vai parar'
Ver essa foto no Instagram