Influenciador é acusado pelo acidente que matou duas mulheres e feriu duas crianças; agora MP pede a prisão preventiva dele
Publicado em 14/11/2024, às 19h15
O Ministério Público do Piauí (MPPI) solicitou, na terça-feira (11), a prisão preventiva de Pedro Lopes Lima Neto, influenciador conhecido como “Lokinho”. Acusado de envolvimento no acidente que resultou na morte de duas mulheres e ferimentos em duas crianças na BR-316, em Teresina, Lokinho responde por homicídio e lesão corporal grave. O MPPI justifica o pedido de prisão apontando o risco de interferência do réu nas investigações.
Segundo o promotor Ubiraci de Sousa Rocha, a liberdade de Lokinho compromete a “coerência da lei”, já que Stanlley Gabryell Ferreira, seu namorado e co-réu, permanece preso desde o acidente. Para o promotor, Lokinho solto poderia interferir nas provas e prejudicar o andamento do processo.
O rapaz tinha mais de 100 mil seguidores no Instagram antes do acidente, depois de virar réu, ele desativou suas redes sociais. Segundo o g1, a situação se agravou pela comoção social causada pelo acidente. O Ministério Público destacou que o evento gerou tumulto, inclusive com a morte a tiros de um mecânico que tentava socorrer as vítimas. O MP considera que a prisão preventiva é essencial para evitar novos conflitos e garantir a ordem pública.
Além das questões jurídicas, o laudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) concluiu que Stanlley, dirigindo o carro, mudou de faixa de maneira imprudente e causou o atropelamento. A PRF destacou que não havia necessidade da manobra e que as vítimas andavam corretamente pela pista, na contramão do fluxo, como manda a legislação.
Para o delegado Carlos César, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Trânsito, a manobra abrupta e sem justificativa é uma evidência de negligência. Segundo ele, nenhum dos dois réus tinha habilitação, o que reforça a imprudência na condução do veículo.
O depoimento dos réus, no entanto, levantou mais questionamentos. Ambos afirmaram que Lokinho estava no banco do carona e, após o acidente, foi ao lado do motorista para manobrar o veículo. Contudo, vídeos mostram Lokinho saindo pela porta do motorista, gerando dúvidas sobre a real posição de cada um durante o acidente.
Outro ponto questionado foi o comportamento do carro momentos antes do atropelamento, quando se observa uma freada brusca e mudança de faixa. Ambos os réus, ao serem confrontados sobre a situação, não conseguiram dar explicações precisas.
A tragédia se intensificou com a morte do mecânico Tiago Henrique do Nascimento, que foi baleado ao tentar ajudar as vítimas. A situação gerou grande repercussão e contribuiu para a argumentação do MP sobre a necessidade de prisão preventiva do influenciador para preservar a ordem e a segurança pública.
Leia também: Influenciador morre esperando vaga na UTI; plano de saúde se pronuncia