Conheça Christian Malheiros, nominado a Melhor Ator no Film Independent Spirit Awards. Filme recebeu outras duas indicações
Nascido na Área Continental de São Vicente (São Paulo), filho de pai analfabeto e mãe semianalfabeta, ambos retirantes nordestinos, Christian Malheiros está conquistando Hollywood. O rapaz, de 18 anos, é um dos indicados a Melhor Ator, no Spirit Awards 2019, premiação da Film Independent Spirit Awards, a mais importante associação de produções independentes do cinema americano. Sua atuação no filme Sócrates está recebendo elogios unânimes nos Estados Unidos e ele enfrenta candidatos de peso: Joaquin Phoenix (Você Nunca Esteve Realmente Aqui), Ethan Hawke (First Reformed), John Cho (Buscando…) e Daveed Diggs (Ponto Cego). Sócrates foi indicado ainda a Melhor Diretor Revelação (Alex Moratto) e ao Prêmio John Cassavetes (Melhor Filme produzido por menos de US$ 500.000).
Christian descobriu seu talento para a interpretação na escola, no Programa Mais Educação do Governo Federal. Mas ele ficou com medo de não receber o apoio dos pais para encarar a vida artística. “Eu falsifiquei a assinatura da minha para poder frequentas as aulas. Depois eu percebi que fazer teatro não era o problema, e sim falar que eu queria aquilo para a minha vida”, contou ele ao jornal Diário do Litoral, da Baixada Santista.
Graças ao Mais Educação, Christian começou a fazer contato com outros artistas de Santos. Aos 14 anos, ele começou a fazer aulas de Circo e Teatro de Rua na Vila do Teatro, no Centro de Santos e, no ano seguinte, decidiu que iria estudar na Escola de Artes Cênicas (EAC), também em Santos. Ele fez um teste, interpretando o texto Balada de um Palhaço, de Plínio Marcos, e passou com glórias.
A partir daí vieram outros desafios, como protagonizar Sócrates, produção da ONG Instituto Querô, e, enquanto frequentava as oficinas do Club Noir, foi convidado para estrelar, ao lado de Juliana Galdino, o espetáculo Fedra, que narra o desejo da rainha Fedra pelo seu enteado, Hipólito, encenado no Sesc Pompéia, em São Paulo . “Para quem está desacreditado de que é possível fazer da arte profissão, eu fico feliz por ser motivo de inspiração. Mas para quem está com o poder nas mãos é um fato para refletir e pensar políticas públicas eficazes”, desabafou ele ao Diário do Litoral.