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Novelas / ENTREVISTA

Amaury Lorenzo avalia Ramiro de Terra e Paixão: 'Humor, coração e afeto'

Em bate-papo com a Contigo! Novelas, Amaury Lorenzo falou sobre a torcida pelo romance de seu personagem com o de Diego Martins em Terra e Paixão

Fernanda Chaves Publicado em 29/11/2023, às 13h19 - Atualizado em 01/12/2023, às 12h31

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Amaury Lorenzo defendeu Ramiro em Terra e Paixão - Foto: Reginaldo Teixeira/TV Globo
Amaury Lorenzo defendeu Ramiro em Terra e Paixão - Foto: Reginaldo Teixeira/TV Globo

Brilhando em Terra e Paixãona pele do Ramiro, Amaury Lorenzo celebra o sucesso na novela da TV Globo. Feliz com a torcida pelo romance de seu personagem com o de Diego Martins, em bate-papo com a Contigo! Novelas, o ator constata que, apesar de viver em um país preconceituoso, o amor ultrapassa barreiras e também avaliou seu personagem. "Humor, coração e afeto".

Como tem sido viver esse sucesso?
"Demais! Eu trabalho com teatro há tanto tempo, é a vida toda o teatro colocando comida na minha mesa e no teatro a gente tem um público de 20, 100, 150 pessoas, no máximo, e agora o que muda é que tem milhões de pessoas assistindo ao meu trabalho. Fico muito feliz, muito grato com o carinho que recebo de todas as faixas etárias, de todas as pessoas. Ainda assimilando isso."

O público tem te dado retorno?
"O que mais sugerem é que eu tenho que dar um saco de no Kelvin [Diego Martins], torcem para que esse casal aconteça. Outro dia, na rua, uma senhora me pediu para dar um apertão nela, eu apertei [risos]. Ela disse que ela e o marido saem da igreja correndo para ver a novela. Então a gente está tão feliz nesse sentido, porque são personagens que vão entrando num lugar que a gente não imaginava. É pra gente entender que quando a gente fala de afeto, de amor, não tem barreiras, a gente consegue chegar a todos os lugares. O que tem de criança que passa perto de mim e me chama de tio Ramiro [risos]."

O Ramiro é um assassino, mas, mesmo assim, ele caiu no gosto do público. Como você vê isso?
"O Ramiro é bom ou é mau?  Ele é um ser humano. Ele é um assassino que mata para botar comida na
mesa, ele precisa sobreviver. É Brasil profundo, ele não tem escolaridade, não conhece outra realidade.
Eu sou um ator preto e, no primeiro capítulo, destruí uma família preta, se eu continuasse naquele caminho frio e calculista de assassino acho que eu não duraria muito na novela, porque o público ia dizer 'Tem que acabar com esse cara!'. E o Walcyr [Carrasco, autor da trama] escuta o público maravilhosamente bem, porque ele é um gênio. Eu não teria muito sentido de futuro na novela, então comecei a pensar que tem que ter humor, coração, afeto e aí acho que à medida que você vai dizendo para o público que esse cara comete esses erros porque é um sobrevivente, o público se identifica. Não que o público seja assassino, mas é que o público percebe que na dificuldade da vida eu preciso sobreviver e se identifica com esse homem."

A relação com Kelvin mostra o lado mais humano do Ramiro e as pessoas gostam das cenas dos dois...
"Isso é maravilhoso! O Walcyr vai fazendo curvas dramáticas para segurar esse casal de uma maneira tão interessante que a gente se diverte muito fazendo. Eu e o Diego, a gente está sempre dialogando isso na cena, porque não se encerra no set, quando a gente sai dos Estúdios Globo a gente percebe que as pessoas se identificam bastante com esse casal. E é importante dizer que eu não conseguiria esse sucesso se não fosse a equipe, porque a gente não faz nada sozinho, né? Então é o autor, que é um gênio, a direção e o Diego, que é um artista fenomenal. Muito do que a gente coloca na cena é ele que traz, sou apaixonado pelo trabalho dele. Então esse sucesso é uma tríade, esse autor, essa equipe da novela e o companheiro de cena."

Te surpreendeu a aceitação do casal?
"Me surpreendeu não no sentido de que eu não esperava isso, me surpreendeu de ter sido tão rápido,
porque a gente meio que imagina juntos, a gente vai fazendo com verdade. Então quando essa senhora
religiosa vem dizer que fecha a igreja dela para correr com o marido para poder assistir não é uma surpresa, aquela senhora tem amor também. Agora para a gente espanta porque o Kelvin é um personagem LGBTQIA+, o Ramiro a gente ainda não consegue definir, mas a gente sabe que ele tem interesse afetivo e sexual, sim, ali e isso assusta, né? Mas imagina nesse país onde as pessoas têm muito preconceito, o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo, e de repente esses personagens são tão queridos. O que está acontecendo? A minha resposta é o amor."

Esse romance não vai acontecer? Cadê o beijo?
"Acho que já está acontecendo. Calma! Posso dizer o seguinte, eu e Diego tentamos furar a bolha, mas
existe um tempo social. Não vamos ser ingênuos, a gente tem um tempo na sociedade brasileira e tem
um tempo específico, né? Mas aí é o autor, a direção, a casa... Como ator, posso dizer que quando percebo a possibilidade de avançar com relação a isso, avanço, vou devagar. A novela cumpre uma função importante e, devagar, a gente vai chegando lá. Torço para que a gente aprofunde todos os níveis de relação entre eles, que vão pra cama, sim, por que não? Que transem gostoso, por que não? Que se afetuem, se casem ou que não, que a partir desse encontro cada um melhore enquanto pessoa e sejam felizes."