Após a última leva de capítulos saírem na Max, Beleza Fatal reforça DNA do autor e mostra que bebe da fonte de sua própria obra para criar um novelão
Publicado em 19/03/2025, às 12h54
Beleza Fatal é mais uma das obras de Raphael Montes que ganhou o público por conta de seu thriller policial e trama envolvente que mistura suspense, drama e bastante tramas policiais. Na sua última leva de capítulos, a novela reforçou o “DNA” do autor com tudo junto e misturado para elevar a tensão da reta final a outro patamar.
As obras de Montes sempre envolvem algum mistério, suspense e questões que podem ser discutidas de forma social: em Beleza Fatal, por exemplo, os limites dos padrões estéticos, bem como o que é fazer justiça e onde ela se perde numa vingança por puro sadismo estão em pauta. O autor sempre coloca mistério aqui e ali, além de uma boa dose de dúvidas e questionamentos.
Em Bom Dia, Verônica: ao lado de Ilana Casoy, Raphael explorou a mesma veia presente no último bloco nas três temporadas da série de sucesso, baseado no livro escrito ao lado da jornalista e criminóloga. Com corrupção, máfias, drama policial e assassinatos, tanto a série da Netflix quanto a novela da Max, encontraram o fio condutor de seus dramas em algo similar e bem característico de Montes.
Romance policial e psicológico é também algo presente na leva final da novela, bem como um grande suspense no capítulo 39. Em Uma Família Feliz, Raphael Montes já tinha demonstrado esse seu DNA com louvor acompanhando Eva, mãe de três, que se envolvida em um jogo mental pelo marido e pelos vizinhos. Lola, ainda que distante de algo super materno ou tão visceral, também cai nos jogos alheios, porém consciente das péssimas escolhas que fez ao longo da vida e tentando criar uma teia de mentiras.
Dias Perfeitos ganhará uma adaptação em 2025 pela Globoplay. O livro trata de um romance envolto em uma trama obsessiva de Téo por Clarice, neste caso uma paixão doentia. Usando este gancho, na novela que chega ao fim na sexta-feira (21), Lola (Camila Pitanga) e Sofia (Camila Queiroz) tem uma espécie de relação a estes moldes, sendo que o grau de obsessão está na sobrinha. A loira nutre essa relação terrível em prol de uma vingança, mas se perde no caminho tomando todas as decisões absurdas que poderia.
No último bloco de capítulos, é possível perceber como os outros personagens marcantes de Montes em suas obras literárias levaram até aqui. Seja utilizando elementos que reforcem o suspense, como a morte de Benjamin (Caio Blat), ou as corrupções policiais que ocorrem aqui e ali, tanto no início quanto no final. Poder e vingança também são tópicos que percorrem esse caminho, bem como os questionamentos que se fazem ao identificar comportamentos dúbios: até onde a justiça é cega e até onde planos para acabar com seu algoz não ultrapassam limites? Os questionamentos também são pontos para se observar: um acordo milionário ou a dignidade intacta? Seja como for, Beleza Fatal bebe da fonte do DNA de seu criador e usa inspirações clássicas que a alçam como novelão.
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