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Novelas / ENTREVISTA

Maria de Médicis abre o jogo sobre reprises de novelas: 'Não existe a fórmula mágica'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Maria de Médicis, diretora de Beleza Fatal, deu sua opinião sobre novelas de sucesso que foram reprisadas

Contigo! Novelas Publicado em 09/04/2025, às 15h10

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Maria de Médicis falou sua opinião sobre os reprises de novelas antigas - Reprodução/Gshow/Isabella Pinheiro
Maria de Médicis falou sua opinião sobre os reprises de novelas antigas - Reprodução/Gshow/Isabella Pinheiro

Sucesso no streaming e na tela da Band, Beleza Fatal conquistou o País. No comando do projeto, de autoria de Raphael Montes, a diretora Maria de Médicis avalia em entrevista à Contigo! Novelas o segredo da repercussão da trama e também o futuro da dramaturgia.

Como tem sido a repercussão de Beleza Fatal?

"Tem sido maravilhosa! Eu fico muito feliz que os colegas têm ligado, mandado mensagem dizendo que estão gostando. Estou muito feliz também porque eu vejo um público mais jovem, formado pela garotada que meio que tinha abandonado a TV e as novelas e agora está voltando. E com os noveleiros também, claro!".

O que a novela tem para agradar ao público?

"É um folhetim, um melodrama clássico, com história de vingança, de amor impossível, com conflitos familiares... e muita emoção! Sempre foi uma preocupação nossa focar na emoção dos atores, e eu acho que é isso que chama o público. Além dessa história maravilhosa cheia de reviravoltas que o Raphael [Montes] escreveu".

É o maior desafio da sua carreira?
"Com certeza. Além de estar em uma coisa nova, num lugar novo, esse tipo de novela nunca foi feita fora do ambiente Globo. Então era inventar algo novo e nós todos nos esforçamos muito para isso. Achar o tom da novela também foi um grande desafio, porque não podia ser cem por cento realista, mas ela precisava ter um pequeno tom a mais. Beleza Fatal tem esse tom que não é exagerado, mas que não é naturalista".

Qual é a diferença de gravar uma novela para a TV aberta e uma obra fechada como essa?

"A grande diferença é a forma de planejamento, tanto artístico quanto de produção. Chegamos com o planejamento sabendo que naquele cenário vamos gravar “x” cenas, divididas em “x” dias e ficar o tempo “x” naquela locação. E a outra diferença é o conceito artístico. Quando você dirige uma obra fechada, já sabemos o arco dos personagens e da história. Apesar de eu gostar muito também da novela obra aberta, da TV aberta, acho que tem espaço para todos os formatos".

Além de trabalhar com grandes nomes, Beleza Fatal também investiu em participações especiais. Como se deu essa escolha e como foi trabalhar com um time experiente e um iniciante?

"Ah, é que a gente estava falando da Lola [Camila Pitanga]. A Lola, ela é uma influencer, né? Então, a
gente achou que tinha que ter esse universo dentro da novela. Temos as participações de Nicole Bahls, a Pepita, a Fernanda Keula, a Valesca, o Hugo Gloss, o Gabs, a Juve... São várias pessoas assim, digamos, de internet, influencers, porque o ambiente da novela fala sobre isso. A Lola vive fazendo suas lives, a Sofia [Camila Queiroz] entra para cuidar das redes sociais da Lola, então é do universo da novela".

Em Beleza Fatal você não tem a preocupação comum da TV aberta, de saber como foi o ibope de cada capítulo. Quais são as preocupações no streaming?

"As métricas do streaming são diferentes, mas eu nem tenho tanta propriedade para falar porque são dados da plataforma. Eu sei que conta quantos assinantes entram para ver aquele produto. Então, por exemplo, você assina Max e o primeiro produto que você assiste é Beleza Fatal, isso também contabiliza. A medição equivale aos minutos e tempo em que o assinante assiste".

A gente tem visto doramas e novelas turcas bombando aqui no Brasil. A novela brasileira no streaming veio para ficar também? Acha que o público vai se adaptar a esse novo formato?

"É, os doramas são um sucesso incrível, as novelas turcas também. Eu acho que tem espaço e público para tudo. A gente está chegando com as novelas de streaming, vindo com esse novo formato, mas as novelas de TV aberta, de obra aberta, vão seguir sempre. São vários formatos novos que vão surgir e acho que isso vai refrescar o mercado. Assim como a TV aberta refresca a gente, o streaming refresca a TV aberta e os doramas e as turcas refrescam a todos nós".

Para alguns a novela acabou, é coisa do passado, assim como a TV aberta também. Qual é a sua opinião sobre isso?

"Claro que a novela não acabou. Até porque Beleza Fatal é uma novela e está fazendo sucesso sendo uma novela e representante do gênero. Tem épocas que as novelas fazem um pouco menos sucesso, outras mais sucesso, isso é normal. Isso é da vida ativa e orgânica da televisão. Eu vejo uma vida muito longa tanto para as novelas de streaming quanto para as novelas de TV aberta. O brasileiro ama folhetim, melodrama e ama novela. É uma das nossas formas de cultura mais presentes".

Vivemos uma fase de tantos remakes, parece que estamos reféns dos mesmos autores. Como você vê o cenário do audiovisual, temos gás para se renovar, se manter por mais anos?

"Acho que a gente tem espaço para tudo! Para renovação com autores novos, espaço para os mestres das antigas e tem espaço também para os remakes. Eu mesma estou louca pra assistir a Vale Tudo. Acho que os remakes tem supervalor também, mas é claro que um texto que traz um frescor é uma delícia. Acho que o Raphael Montes, nosso estreante, traz muita contribuição para o cenário da telenovela brasileira".

Algumas novelas atravessam o tempo e toda vez que são reprisadas são sucesso. Qual é o segredo para isso?

"Bom, se eu soubesse qual é o segredo para o sucesso de uma novela, eu estaria ganhando 3 milhões de dólares e seria uma grande executiva e consultora [risos]. Isso é impossível de saber. A gente sabe que alguns elementos funcionam, mas não existe a fórmula mágica para fazer novela. Não existe. Nem para novela nem para nenhuma obra do audiovisual. Se você tenta copiar um sucesso, nunca dá certo, então acho que é sobre ouvir o que as pessoas estão querendo, analisar o momento, o sentimento do País, do mundo, naquele momento. Acredito que é muito sobre ficar ligada no mundo, nas pessoas, entender o que as pessoas estão querendo. É ter essa sensibilidade de contar essas histórias, mas a fórmula, o segredo, não temos".

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