Investigação contra Deolane Bezerra ganha novo capítulo. Novo relatório agrava acusações por suposto envolvimento com lavagem de dinheiro
Publicado em 19/11/2024, às 15h18
Mais de dois meses após ser presa na Operação Integration por suposto envolvimento com jogos de azar, um novo relatório pode complicar ainda mais a situação judicial de Deolane Bezerra. O último documento juntado aos autos da ação apresentou uma estimativa dos valores movimentados sob a suspeita de lavagem de dinheiro: a bagatela de R$ 702 milhões.
As informações são da colunista Fábia Oliveira, do Portal Metrópoles. Dentre os principais envolvidos no processo judicial, estão Deolane Bezerra, Darwin Henrique da Silva Filho, a Bezerra Publicidade e Comunicação e outras duas empresas. De acordo com a jornalista, os nomes citados foram considerados destaques na investigação.
No relatório, uma rifa realizada pela advogada em novembro de 2023 chamou a atenção. Na época, Deolane Bezerra divulgou um veículo de luxo Land Rover Discovery que lhe pertencia. Inclusive, ela declarou o automóvel em seus dados do Imposto de Renda do mesmo ano. Apesar da contestação, ela negou que tenha rifado bens de sua propriedade.
Outros dados que agravam a situação judicial de Deolane Bezerra estão relacionados com uma série de transferências via Pix feitas por ela mesma. Ao todo, foram identificadas diversas movimentações de um mesmo valor, de R$ 1 mil, para beneficiárias de auxílios do governo. Segundo a empresária, os valores seriam pagamentos por engajamento em redes sociais.
Nos documentos, essas transferências foram apontadas como uma forma dela atrair novos apostadores, impulsionando o número de assinantes e aumentando os ganhos da plataforma. Vale lembrar que o pagamento de bonificações para que as pessoas realizem apostas em jogos de azar é proibido por lei. No relatório, as transferências de Deolane Bezerra foram encaradas como uma demonstração de aliciamento de apostadores.
Além disso, Deolane Bezerra e sua empresa teria negado o envio de contratos de publicidade que constam em notas fiscais milionárias. Se esses fossem apresentados, poderiam fortalecer a defesa da influenciadora digital, mas a recusa tornou-se mais uma suspeita em torno de seu possível envolvimento com lavagem de dinheiro.
Conforme um quadro juntado ao relatório, a ex-companheira de MC Kevin teria recebido aproximadamente R$ 3 milhões em apenas dois meses da Federação Nacional da Apaes. Ela ainda teria apresentado uma justificativa para a movimentação da quantia, mas não apresentou qualquer documento que comprovasse sua versão. Em uma ilustração, ainda aponta os créditos e débitos de sua empresa, todos em cifras significativas. As transferências comunicam Deolane Bezerra, por meio de sua empresa, e a EDSCAP, de quem Darwin Henrique da Silva Filho é sócio.
Conclusão? O Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB/LD) solicitou que as investigações da Operação Integration sejam aprofundadas, principalmente após algumas evidências fortalecerem as suspeitas do envolvimento ilegal da empresária com as casas de apostas.
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*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko