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Repórter por trás do "Que show da Xuxa é esse?" abre o jogo sobre meme: "Indignada"

Saiba quem é o repórter por trás do "Que show da Xuxa é esse?". À coluna, Paulo Roberto Amaral abre o jogo sobre repercussão do meme

Gabriel Perline
por Gabriel Perline

Publicado em 25/09/2024, às 12h59

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Saiba quem é o repórter por trás do meme - Reprodução/Globo
Saiba quem é o repórter por trás do meme - Reprodução/Globo

O meme "Que show da Xuxa é esse?" tomou conta das redes sociais nos últimos dias após o lançamento do documentário Pra Sempre Paquitas, no Globoplay. Nos anos 1990, Patrícia Veloso Martins se revoltou com a confusão no Xou da Xuxa e demonstrou seu descontentamento ao conversar com Paulo Roberto Amaral ao vivo na Globo. O repórter estava apenas iniciando sua carreira profissional na emissora, mas ficou marcado por participar deste momento --que se tornou um grande viral 30 anos depois. À coluna, o jornalista contou mais detalhes da sensação de retomar às telinhas por conta dessa situação inusitada.

"A gente saiu para fazer uma reportagem recomendada. Descobrimos o show que era de interesse da emissora, só que quando a gente chegou lá, não havia uma programação para tanta gente. E aí foi aquela confusão. Tirar sonora de uma criança é a coisa mais difícil do mundo, então a gente ficou prestando atenção naquelas mais indignadas. E a menina era aquela que articulava e gesticulava mais. Então a gente percebeu a menina (...) Eu tive que organizar as crianças para chegar na menina (...) Era ela que a gente estava querendo", relembrou.

"A versão de uma história é sempre melhor que a verdade da história, quase sempre. Nesse caso, a versão que ficou é que a menina dá um drible na reportagem. Ela sorri para depois desabafar. É claro que foi ao contrário. Ela faz o desabafo, é ouvida e se sente aliviada e fica mais leve, dá o beijinho na câmera. A edição mudou a ordem e ficou muito engraçado (...) Nitidamente, era uma matéria para valorizar o programa. Uma matéria positiva. Mas a notícia se impôs ali e não se jogou para debaixo do tapete. Se apresentou a notícia e a crítica ficou evidente. Inclusive, com a fala da menina indignada. Colocaram aquela fala no ar. Foi um sinal de coragem do Jornalismo", acrescentou.

O jornalista ainda esclareceu que foi surpreendido com o meme "Que show da Xuxa é esse?", que na época sequer tinha recebido muita visibilidade: "Essa matéria, quando foi exibida, ela não teve repercussão. E está tendo agora. Eu não falei e nem dei entrevista. Não me lembro dela ter repercussões. Outros tempos. E os tempos das redes sociais hoje fazem com que uma fala contextualizada vire um meme e seja repercutido. Isso é divertido. É um barato".

Saiba quem é o repórter por trás do meme
Reprodução

Paulo Roberto Amaral atuou mais de 30 anos na Globo, sendo 16 como repórter. Apenas no Jornal Hoje, ele permaneceu dez anos na função. Em maio de 2000, foi transferido para São Paulo para trabalhar como executivo de Jornalismo, e com isso permaneceu atrás das câmeras. "É engraçado. É um jovem cheio de sonhos. Um profissional, hoje, mais experiente. É bom viver esse frescor da juventude. Como se fosse ali, agora, vivendo aquele momento. São as magias do audiovisual (...) A nostalgia é ver o garoto novo e cheio de sonhos. O repórter bonitinho. Isso dá nostalgia. Mas é a vida. Você precisa passar para outros chegarem. E seguir em frente", admitiu.

Em 2016, ele optou por sair da emissora para encarar novos desafios e tornou-se sócio da Ageimagem Comunicação, uma empresa de comunicação e marketing com unidades no Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente, ele atua na direção e produção de vídeos e podcasts voltados para TV e streaming. Um de seus trabalhos mais recentes foi o programa De Malas Prontas, exibido semanalmente no SBT.

"Saí da Globo em 2016. Achei que já tinha chegado ao topo da minha carreira na Globo. E tinha um mundo novo das redes sociais que eu queria desvendar. Achava que não devia ser um negócio só para jovens e tinha muito o que contribuir (...) Ajudei muitos jornalistas nessa transição. Fazendo com que eles aprendessem a produzir no digital", disse.

À coluna, Paulo Roberto Amaral ainda confessou que não retomaria sua função como repórter. "Tenho muito mais saudade do que vontade. Costumavam me chamar de repórter das roubadas. 'Tem um tiroteio na favela, vai você' (...) E aí você faz uma transição natural de carreira (...) E também agora, em que eu consigo transmitir muitos ensinamentos para jovens estudantes, empresários e marcas. Eu conceituei um pouco esse negócio de internet e tenho feito muitas consultorias. E dá um prazer tremendo. É a parte do ensinamento. Eu fui monitor do programa de estagiários da Globo. E eu sempre gostei muito de ensinar", pontuou.

*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko