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Caio Mutai se prepara para viver segundo vilão em filme: ‘Primoroso’

Em entrevista à Contigo!, o ator Caio Mutai comemora novo filme ao lado de Eriberto Leão e Otávio Muller, e confessa medo de errar

Thaíse Ramos
por Thaíse Ramos

Publicado em 18/07/2024, às 08h00

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Caio Mutai está no elenco da segunda temporada da série As Five - Divulgação/Tony Marquez
Caio Mutai está no elenco da segunda temporada da série As Five - Divulgação/Tony Marquez

O ator e cantor Caio Mutai, intérprete de PR na série As Five, do Globoplay, se prepara para estrear no filme Furnas Fundas, cuja história mescla comédia com elementos de terror e suspense. No elenco, nomes como Eriberto Leão, Otávio Muller e Natalia Lage. Em entrevista à Contigo!, o artista comemora a nova oportunidade e adianta sobre seu personagem na produção. "Primoroso", diz.

A narrativa se desenrola na cidade fictícia homônima ao filme, onde, em meio a uma eleição municipal recheada de polêmicas, a personagem Bartira precisa enfrentar um mistério antigo que ameaça a população. Caio dará vida a Yukun.

“Ele é o meu segundo vilão! Posso dizer pouco, mas posso dizer que ele é um vampiro. Minha caracterização é primorosa criada pelo mago Westerley Dornellas, e estou realmente muito diferente. Amei poder dar vida a um personagem assim de ficção e realmente precisar passar por transformação mais radical na aparência. Busquei referências nos clássicos icônicos, desde Drácula do Coppola e Nosferatu, até Entrevista com Vampiro e talvez a maior referência Only Lover Left Alive. Também nas literaturas de Carmilla e até a obra prima de Osamu Tezuka: Vampiros”, revela.

O ator confessa como foi contracenar com grandes nomes como Eriberto Leão, Otávio Muller e Natália Lage. “Eles são lendas! Otávio é uma lenda, Natália é uma rainha e Eri meu parceiro mestre mais incrível de todos. Não posso falar de aprendizado nesse trabalho sem falar do Eri. Ele é outro dos vampiros e nossa relação na vida cresceu completamente diferente da dos personagens (risos). Para além da vasta experiência em teatro, cinema e televisão, Eri é um grande sábio da vida. Generoso, paciente, joga a bola pra você sem medo de ser feliz”, comemora. 

Diante de tantos veteranos, o artista revela um medo. “A  gente que é mais jovem de carreira, tem muito medo de errar. Eles não. Eles não têm medo da insegurança, do não saber, do tentar, do voltar. Eram aulas magnas vê-los trabalhar. Mais do que técnica, mais do que atuação em si, o que eu mais pude observar e absorver foi o domínio do set. A calma. O entendimento que estamos todos ali no mesmo barco, desde a pessoa que coloca a comida no refeitório até o ator famoso”, diz.

“Houve todo um preparo de muita gente para que nós, atores, pudéssemos estar ali, então é com calma mesmo. Perguntar mil vezes se precisar. Dominar a cena, o lugar, as marcações, experimentar, voltar, pedir pra ver, ir de novo. Pedir ajuda. Eu posso afirmar com certeza que sou outra pessoa depois de ter passado por eles”, acrescenta. 

Caio Mutai se prepara para viver segundo vilão em filme: ‘Primoroso’
Caio Mutai (à esquerda) com elenco do filme Furnas Fundas - Divulgação

MULTIFACETADO

Caio Mutai vem desenvolvendo diversas frentes de trabalho, incluindo produções teatrais, audiovisuais, mercado financeiro e educação. No que diz respeito às suas aspirações, ele busca ser um artista multifacetado e uma referência para as próximas gerações. Ele revela que deseja não apenas alcançar o sucesso individual, mas também abrir caminhos para outros artistas.

Multifacetado, o ator explica como equilibra diferentes áreas de atuação. “Cada trabalho é único e tem demandas muito específicas. Mesmo a essência sendo igual, que é a atuação, a forma de se fazer é diferente. E penso que nessa troca da forma é onde mora a minha atenção para o equilíbrio das duas vertentes”, destaca.

“Penso que conciliar um com o outro é também saber exatamente o que cada trabalho vai te exigir, o quanto você vai precisar dedicar do seu tempo, do seu intelecto, do seu corpo e principalmente da sua saúde para estar pronto. Cuidar, principalmente, para não misturar as bolas (risos), coisa que já aconteceu comigo inúmeras vezes”, acrescenta. 

OPORTUNIDADE EM AS FIVE

Ao relembrar a experiência de integrar o elenco da segunda temporada de As Five, na pele de PR, Caio afirma que foi uma grande responsabilidade. “Viver o PR foi meu retorno à Globo muitos anos depois de ter sido aprovado para a minha primeira novela, lá em 2014, a qual, infelizmente, não aconteceu. Foi um acalento ao meu coração, fora a alegria de poder estar num elenco de jovens tão talentosos e especiais, capitaneados por cinco protagonistas mulheres. Entrar na segunda temporada de uma série de sucesso é ter a responsabilidade de pelo menos estar à altura de todos ali. E fui muito feliz!”, relembra.

E continua: “Nos preparamos, viajamos e foi uma grande diversão. Foi também uma loucura, pois eu estava gravando junto a segunda temporada de O Coro, da Disney Plus. Foi intenso! Cheguei a gravar em dias alternados, entre São Paulo e Guarujá. Dormir? O que é isso mesmo? Mas foi uma das maiores delícias de toda a minha vida”.

O ator descreve PR como um personagem descontraído, feliz, de bem com a vida e consigo mesmo. “A homossexualidade dele nunca foi uma questão e nem era pra ser. PR era para ser exatamente uma quebra de paradigmas e estereótipos. Mestiço, gay, surfista, jeito de heterotop (…) Nada a ver com nada. Mas completamente possível e plausível”, fala.

“Fora isso, trabalhei com amigos! Tem coisa mais gostosa? Meu par na série, Marcos Oli, já era meu amigo de anos. Fora o protagonismo amarelo da minha amiga Ana Hikari, que para nós, artistas amarelos, foi um marco. Estar com ela, ali, é saber que faço parte desse movimento transformador!”, completa.

EXPERIÊNCIA NO CINEMA

No cinema, Caio esteve em produções como The Smoke. Ele conta quais são as principais diferenças em atuar nas telonas e no palco. “Forma e tamanho. Teatro de prosa é uma coisa e tem muitos estilos dentro disso. Teatro musical é outra linguagem, outra forma de fazer e também tem estilos próprios dentro da vertente. Cinema mesma coisa. Mas tudo isso pode se misturar e inverter dependendo da proposta. Temos exemplos e mais exemplos de filmes teatrais e peças bem cinematográficas”, pontua. 

“Então, pra mim, penso sempre nessa ordem: proposta, linguagem, forma e tamanho. Aí, busco isso em qualquer trabalho, seja ele para onde for. Qual é a linguagem desse musical? É mais realista? É mais infanto-juvenil Disney? Qual o tamanho da plateia? Se forem mil lugares, é muito diferente de 200. Musicais tem microfone, alguns de prosa não tem. Tudo muda conforme for respondendo essas perguntas”, emenda.

Em seguida, o ator mostra sua visão sobre o cinema. “Depois de responder as perguntas básicas que mencionei: qual o tamanho dessa cena? Como será esse plano? Onde essa câmera vai estar? Pegando quanto de mim e da cena? Que lente vai usar? Isso tudo vai regular os tamanhos dos seus movimentos, gestos, detalhes, que acho que tudo isso independe do personagem criado. Resumindo: de um para o outro, é ajustar as formas e os tamanhos para caber em um e caber em outro. Talvez como dirigir um carro em vielas na Itália e depois dirigir o mesmo carro numa grande rodovia. Aí no próximo trabalho você estar nesses mesmos lugares, mas com um caminhão. Forma e tamanho”, diz. 

Caio Mutai se prepara para viver segundo vilão em filme: ‘Primoroso’
Caio busca ser um artista multifacetado e uma referência para as próximas gerações - Divulgação/Tony Marquez

RELAÇÃO COM O CANTO

Musicais como Chaplin, The Town - O Musical e Aladdin estão na trajetória de Caio Mutai. Ele, então, conta como é a relação com o canto. “Minha família é do karaoke, né? Eles cantam bem sem nunca terem feito aula. Quando criança, eu era muito tímido, mas comecei a fazer aulas de canto com 11 anos na escola de ballet da minha mãe. Um ano depois conheci os musicais e fui trocando de professor até chegar no meu atual, o Maestro Marconi Araújo. Ele definitivamente mudou a minha vida. Ele profissionalizou minha voz e o canto me fez destacar e conseguir meus primeiros trabalhos de protagonista no Teatro Bradesco. De lá, fui para o Chaplin e o resto é história”, fala.

De acordo com o artista, hoje ele tem formação de professor em Belting Contemporâneo, que é a técnica do Marconi. “Não sei se posso destacar o canto das outras vertentes (dança e atuação), mas sem dúvida é um grande amor! Sempre penso que os musicais permitem que nossas emoções cresçam e borbulhem tanto a ponto de termos que cantar para poder expressar. E eu sinto exatamente dessa forma. Cantar para mim é poder expressar com muito mais intensidade e poder qualquer tipo de sentimento. Transcende o humano e se torna divino”, salienta.

O ator confessa que existe um personagem que sonha poder dar vida um dia: “Hoje, se eu tiver que escolher um dentro dos musicais, eu diria Orpheu, do Hadestown. E se estiver mais velho, o Hermes. Minha nova paixão! Assisti duas vezes lá na Broadway e é um espetáculo que mexeu muito comigo. Amo histórias de amor!”.

“Já no cinema, não tenho um personagem específico, pois a dinâmica é outra. Mas amaria fazer qualquer personagem em alguns estilos de filmes: dramas psicológicos no estilo Ilha do Medo, A Origem ou até mesmo Persona e O Sétimo Selo. Também iria pro oposto tipo filmes de super-heróis da Marvel. Tenho muita vontade de fazer filmes de temáticas espiritualistas também, incluindo os de temáticas espíritas como os filmes brasileiros do Wagner de Assis”, finaliza.