Com a exposição Bob Wolfenson: Retratos, no Espaço Cultural Porto Seguro, o fotógrafo traz curiosidades de como é clicar tantas personalidades
Ao longo de quase 50 anos de carreira, o nome de Bob Wolfenson foi se fortalecendo na mente dos apreciadores da arte de fotografar e dos fãs das inúmeras personalidades que já posaram para suas lentes. "Existem uma série de variáveis que influenciam em um bom retrato. Chego a dizer que um bom retrato é quase um milagre", afirma o fotógrafo, que já fez cliques de pessoas como Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Gisele Bündchen... Para celebrar tanto sucesso, ele resolveu criar uma exposição totalmente dedicada ao seu trabalho. A exposição Bob Wolfenson: Retratos apresenta momentos marcantes de uma atividade profissional intensa. A mostra, em cartaz no Espaço Cultural Porto Seguro, em São Paulo, traz mais de 220 fotografias, várias delas ainda inéditas, realizadas desde a década de 70 até a atualidade, e deve ficar até 9 de dezembro de 2018 aberta ao público.
Confira, agora, a entrevista completa com Bob Wolfenson !
CONTIGO - Como surgiu a ideia de criar a exposição?
BOB - Já faz uns três anos que quero fazer uma exposição de retratos, mas nunca conseguia. Ou era por falta de planejamento, agenda, lugar e tal... Mas, em agosto passado, acho, o pessoal da Porto Seguro veio me procurar e a ideia engrenou! E, em quatro meses, tudo ficou pronto! Aquela máxima de 'quando a gente quer, a gente faz' nunca funcionou tão bem (risos)!
A exposição ficará no Espaço Cultural Porto Seguro, em São Paulo, até 9 de dezembro de 2018
CONTIGO - São mais de 200 retratos, não? Você ficou com dó de alguma foto, durante a curadoria?
BOB - Nem me fale! Justamente por isso eu chamei uma outra pessoa para fazer esse processo no meu lugar, se não eu vou me apegando, criando afeto pelo momento da fotografia e por aí vai! Mas, depois que o Rodrigo Villela fez toda a curadoria, eu dei uma olhada em tudo para chegarmos ao número de mais de 200. Foi muito legal ter passado por esse momento, pois percebi que uma vez que meu trabalho ficou autoral, eu deixei de seguir uma cartilha e fui viver aquilo que eu acreditava.
CONTIGO - O que mais passou na sua cabeça durante o processo todo de seleção das fotos?
BOB - Quando estamos no começo da carreira, ninguém tem a real noção de como vai ser. Existem os sonhos, as aspirações, no entanto, nem nos melhores e delirantes sonhos, eu imaginei que chegaria onde cheguei. Fiquei emocionado com o conjunto da obra, é como se fosse um outro trabalho meu.
CONTIGO - Tem muita foto quase inédita, não? Como você consegue os seus cliques das personalidades?
BOB - Existem uma série de variáveis que influenciam em um bom retrato. Chego a dizer que um bom retrato é quase um milagre (risos)! Para sair algo inédito, a relação é a seguinte: Geralmente, as celebridades são pessoas muito fotografadas e eu tento trazer sempre algo inédito, diferente do olhar das revistas. Então, o que eu faço é fotografar no padrão que me pedem e vou fazendo outros cliques mais descontraídos, que costumam não ser publicados. Não costumo ficar fazendo horas e horas de fotos, uns 20 minutos é o suficiente, se não, a pessoa fotografada não rende mais.
CONTIGO - Chegando aos 50 anos de carreira, como você encara a fotografia nos tempos de hoje?
BOB - A qualidade técnica do processo melhorou imensamente, mas, por outro lado, nunca existiram tantas fotos ruins, quanto as fotos de hoje em dia. Todo mundo fotografa, porém, nem todo mundo é fotógrafo, entende? Hoje, a fotografia ganhou uma importância considerável com a internet e as redes sociais. Tenho muitos seguidores no Instagram porque muita gente gosta de fotos.