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Thalita Carauta reflete sobre racismo no trabalho: ''Não faço a rica, faço a empregada''

Em desabafo, atriz se pergunta por que só faz os mesmos papeis na TV

Redação Contigo! Publicado em 18/06/2019, às 09h05 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h47

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Thalita Carauta e Lázaro Ramos - Reprodução/Instagram
Thalita Carauta e Lázaro Ramos - Reprodução/Instagram

Thalita Carauta participou do programa Espelho na noite desta segunda-feira (17) e no papo com Lázaro Ramos refletiu sobre sua carreira e racismo no trabalho. 

"A minha bisavó era negra de pele preta, meu bisavô também, minha avó casou com um português. No subúrbio você fica no meio do fogo cruzado, porque você não é branca, mas quem é preto diz: 'Você não sobre tanto'. Quando precisam de protagonista negra, vão chamar uma escura, não uma meia bomba"

Conhecida por dar vida a Janete, no Zorra Total, a atriz disse que biotipo influencia nos papeis a qual é indicada. "Nunca senti nenhuma agressão ou nada que fizesse sofrer. Minhas primas, quando entravam no mercado, tinha um olhar, eu não passava por isso. Comecei a olhar que tinha uma cor e uma limitação no meu trabalho. Quando comecei a fazer novela, cinema, não faço a rica, faço a empregada"

Thalita relembrou que existiam lugares onde ela precisava se esforçar mais para mostrar sua capacidade. "Quando ia nas escolas dar aula, esse lugar onde você tem que provar que intelectualmente você é capaz. Foi a primeira vez que comecei a me deparar [com preconceito]"

Mesmo com esses obstáculos, a atriz entende que poderia ser pior. "Vocês que acham que é moreno, não sofre tanto, não é apontado como crioulo, como macaco. Minhas primas sofriam muito isso. Minha família é 80% negra de pele escura. Não sofri as pressões mais violentas, mas eu sofri limitação no meu espaço de trabalho, e até hoje"