VH & Alexandre levam autoralidade ao sertanejo: 'Difícil encontrar algo inédito'

No dia 20 de setembro, a dupla VH & Alexandre lançaram o novo álbum, o projeto Parada Obrigatória, trabalho que conta com três composições inéditas e parcerias de sucesso que marcam os músicos como expoentes do gênero sertanejo. Em entrevista à Contigo!, os cantores revelam como levam autoralidade ao sertanejo com ritmos musicais dançantes: "Difícil encontrar algo inédito", afirmam.

O novo álbum, segundo projeto da dupla que iniciou a jornada lado a lado recentemente, exibiu para os sertanejos um desafio até então pouco debatido: a dificuldade em encontrar composições inéditas e criativas no gênero. "O maior desafio foi gravar músicas que ainda não haviam sido registradas, pois, hoje em dia, está muito difícil encontrar algo inédito. A maioria das músicas são regravações", afirma Alexandre. 

No projeto autoral, a dupla escolheu apostar em três músicas inéditas "fora da curva", como eles definem. "Nas músicas inéditas, a gente tenta colocar elementos diferentes na produção. Arranjos diferentes, ritmos diferentes. Então, nós estamos vindo nesse projeto com três músicas inéditas que são totalmente fora da curva. É um merengue, meio salsa, algumas coisas e alguns elementos nos instrumentos, mesmo que não estejam colocados no sertanejo", explica.

Para os artistas, composições que abraçam a bachata, a vanera e o sertanejo romântico, tradicional, já estão "muito batidas", por isso o desejo em inovar, ainda que tenha sido um desafio encontrar canções únicas que se conectassem com a dupla. "Outro desafio muito grande nesse novo projeto foi construir um repertório que tivesse totalmente a ver com a gente, que fosse a nossa verdade, a nossa cara, que não soasse tão lado B, que a gente não pensasse só nas músicas lado B dos artistas e que não tivessem sido regravadas ainda ou que tivesse sido regravada poucas vezes", dizem.

Para alcançar o resultado desejado, VH & Alexandre contaram com o apoio da equipe de produção e dos padrinhos da dupla, Hugo & Guilherme. "A gente sentou por uma semana no estúdio com o Elvis, que foi nosso produtor musical, eu, o Alexandre. Tivemos dicas também dos meninos, do Hugo, do Guilherme. E eu acho que a gente conseguiu cumprir aí a meta. A meta foi cumprida e a gente tem um orgulho muito grande desse repertório", fala VH.

Apesar do desejo em inovar, os cantores não escondem a raiz sertaneja e afirmam, com leveza, que o diferencial para uma canção marcá-los é "ser velha". "Não que a gente não goste das coisas novas, mas a gente sempre está ouvindo no carro, no fone, sempre música antiga, conhecendo mais a história, ouvindo a música antiga e os artistas antigos, porque a gente se identifica demais com o som", completa VH.

Animados com a recepção do público ao projeto, a dupla tem as melhores expectativas possíveis. "Estamos muito felizes de finalmente poder lançar esse álbum que a gente fez com tanto carinho, com tanto amor, desde o repertório até o local, até ser em Goiatuba, com os nossos amigos, com a nossa família, com gente que quer ver acontecer, quer ver a gente crescer junto", compartilham.

"Estamos gostando de ouvir e não cansamos ainda. Estamos ouvindo há muito tempo e não conseguimos aproveitar. Essa é a sensação que espero que as pessoas tenham, a mesma que a gente", completam. Abaixo, a VH & Alexandre conta mais sobre a assinatura com a Som Livre, a parceria com Murilo Huff e o começo da carreira em dupla. Leia trechos editados da conversa.

Como foi o começo de vocês como dupla?

A nossa carreira juntos é recente, temos um ano e meio para dois anos de dupla, mas mexemos com música desde pequenos. Então, a gente já esteve em outras duplas, cantamos sozinhos, em banda de baile, gravamos jingle... Já aconteceu muita coisa boa para a gente como dupla nesse pouco tempo, e tem a ver com o impacto de Hugo & Guilherme sobre a gente, que é muito positivo.

Qual a importância de Hugo & Guilherme na carreira de vocês?

Inclusive, sem o Hugo e o Guilherme, não existiria o VH & Alexandre, né? Foi uma ideia do Hugo que a gente cantasse junto. O Guilherme também, quando ficou sabendo, foi um dos principais apoiadores desse projeto, sempre deu a maior força para a gente seguir junto e está conosco sempre. E impacta muito positivamente, porque a gente já começa com um respaldo muito grande, com uma dupla que faz muito sucesso apoiando a gente. 

Estar na Som Livre proporcionou um processo diferente na hora de criar o novo álbum? 

É o sonho de toda artista, de toda dupla, estar na Som Livre. A gente já viu que os maiores artistas, as maiores duplas do país, fazem parte da Som Livre ou já passaram por lá. Nós não tínhamos uma gravadora quando lançamos nosso primeiro projeto, o primeiro DVD foi de forma independente, mas desde a primeira conversa com a Som Livre a gente já se sentiu como era diferente, como dava força para gente e para o nosso projeto estar dentro de uma gravadora e, principalmente, dentro da Som Livre.

Como nasceu a parceria com o Murilo Huff na faixa "Intimidade a Dois"?

A parceria com o Huff começou quando a gente decidiu gravar esse DVD lá em Goiatuba, lá no Parada Obrigatória, no bar do Nicodemos. Começamos a pensar em quem tinha essa cara, a cara do boteco, a cara do povo. E o Murilo foi uma das primeiras pessoas que vieram na nossa cabeça. Quando a gente falou sobre a parceria e mandou Intimidade a Dois, ele falou: "Cara, pode ser essa". Ele já conhecia a música, foi um negócio bem natural e ele somou demais com a gente, tanto musicalmente, porque ele canta muito, quanto para o nosso trabalho poder chegar em mais gente.