Há 12 anos, Globo estreou novela sem ibope que derrotou fenômeno em premiação

Em 10 de setembro de 2012, Lado a Lado estreava como a nova novela das seis da Globo. A primeira trama solo de João Ximenes Braga e Cláudia Lage foi aclamada pela crítica especializada, mas sofreu com falta de adesão do público e baixo Ibope. Ainda assim, Lado a Lado derrotou o fenômeno Avenida Brasil no Emmy, o Oscar das novelas. 

A estreia da novela foi prejudicada pelo horário político e o horário de verão, e marcou média de 18 pontos no Ibope, tendo um resultado inferior ao das últimas sete produções do horário, que, de acordo com o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, marcava médias de 22 e 26 pontos.

Mesmo com um elenco de peso e a produção recheada de detalhes históricos importantes, a atenção do público não foi captada. A crítica especializada, entretanto, apontou a atuação da atriz Patrícia Pillar, que viveu a vilã Constância, como uma das melhores da obra. Para Xavier, destacaram-se também Marjorie Estiano, Camila Pitanga, Caio Blat, Milton Gonçalves, Christiana Guinle, Isabela Garcia, Débora Duarte e Álamo Facó.

A história era ambientada no Rio de Janeiro do século 20, época marcada por acontecimentos históricos como o nascimento do futebol e do samba, o fim dos cortiços, o processo de favelização do Rio e as revoltas da Vacina (1904) e da Chibata (1910). A novela também transitou por questões feministas e raciais, ao relatar temas como o preconceito contra pessoas pretas, a mulher descasada, os “capoeiras”, as religiões de matriz africana e os artistas.

Mesmo com toda a atenção aos fatos passados, Lado a Lado fugiu do foco histórico e apostou em uma trilha sonora moderna, gírias, expressões atuais e personagens com algumas características contemporâneas.

O sucesso de Avenida Brasil com o público, que chegou a parar o Brasil em momentos finais da novela, não foi suficiente para que a obra de João Emanuel Carneiro conquistasse o Emmy, que caiu no colo de Lado a Lado na premiação internacional.