Globo criou novela secundária dentro da principal com personagens de trama, mas obra não foi compreendida pelo público; relembre
Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 25/07/2024, às 07h30
Em 25 de julho de 1977, a trama de Coquetel de Amor, escrita por Lauro César Muniz, tomava o horário das oito na rede Globo. O curioso é que, na verdade, a novela estava dentro de outra novela: Coquetel de Amor fazia parte da história de Espelho Mágico, obra que abordava o cotidiano de atores e também foi escrita por Lauro César Muniz. Apesar da ideia inovadora, Espelho Mágico não foi bem recebida pelo público, que passou a se interessar mais na história de Coquetel de Amor.
Mesmo como apenas uma parte da história de Espelho Mágico, Coquetel de Amor ganhou todas as regalias de uma novela em si: produção de cenários, figurinos, locuções externas e escalação de elenco — e tudo isso foi mostrado ao público dentro de Espelho Mágico.
Espelho Mágico estreou em 14 de junho, e, até que a novela fictícia começasse a ser gravada dentro da trama principal, a obra se preocupou em exibir problemas comuns nas vidas dos personagens que eram atores de sucesso. A estreia de Coquetel de Amor foi no capítulo 36 de Espelho Mágico e entregou ao público uma metalinguagem complexa que não foi bem compreendida.
No enredo da novela principal, o autor de Coquetel de Amor era o personagem Jordão Amaral, interpretado por Juca de Oliveira em Espelho Mágico. O papel funcionava como um alter-ego de Lauro César Muniz. O diretor era João Gabriel, personagem do diretor real de Espelho Mágico, Daniel Filho.
O elenco da novela de "mentirinha" era formado tanto por atores que estavam em Espelho Mágico dando vida a intérpretes famosos, como Diogo Maia (Tarcísio Meira) e Leila Lombardi (Glória Menezes), tanto por atores contratados especificamente para dar vida aos personagens de Coquetel de Amor, caso de Nelson Caruso, Jorge Botelho e Maria Lúcia Dahl, que foram de fato escalados dentro da trama principal para atuarem na secundária.
Apesar do esforço ao extrair o máximo de sua criatividade para criar uma novela recheada de metalinguagem e referências ao universo televisivo, a junção de dois roteiros causou confusão no público e desinteresse pelos dramas comuns da história central. No horário das 20h, a exibição de Espelho Mágico era interrompida para mostrar o capítulo da noite de Coquetel de Amor. A segunda novela era exibida, inclusive, com abertura própria.
Ainda que a trama recheada de clichês novelescos de Coquetel de Amor tenha fisgado mais o público, nenhuma das duas obras foi suficiente para salvar os índices de exibição, o que resultou em uma queda de quase 20 pontos na audiência da Globo.
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