Documentário de Belo revela detalhes de prisão por associação ao tráfico: 'Erro'

O documentário Belo, Perto Demais da Luz estreou no Globoplay nesta terça-feira (28) e trouxe à tona uma série de polêmicas envolvendo o nome de Belo. Na série, o cantor esclareceu mais detalhes de sua condenação por tráfico de drogas e associação ao tráfico em 2002, quando trechos em que negociava a compra de um fuzil foram registrados pela polícia. Na conversa, ele confessou que tinha um coleção de mais de 30 armas em casa e que gostaria de realizar a nova compra para deixá-la "estampada na parede". O problema é que isso resultou em sua permanência ao longo de 37 dias atrás das grades.

A produção do Globoplay mostrou uma conversa entre Belo e um traficante, onde ele negociava a compra de um fuzil. Até mesmo o vendedor ficou surpreso ao tomar conhecimento da quantidade de armas que ele mantinha em sua residência. A gravação logo chegou às mãos da Polícia do Rio de Janeiro, que foram atrás do artista para entender mais detalhes.

"Ele falou para o produtor dele, que morava no Jacarezinho, que queria colocar a AR15 na parede. Para que colocar a AR15 na parede? Quem faz isso?", questionou Leo Dias. "Nessa gravação mostrava que o Belo, de alguma forma, financiando a compra de armas", apontou Zaqueu Teixeira, ex-chefe da Polícia do Rio de Janeiro.

O documentário ainda mostrou sua participação em programas comandados por Luciano Huck e Fausto Silva, onde ele alegava sua inocência. Com a pressão, Belo se entregou e passou 37 dias na carceragem da Delegacia Antissequestro (DAS). Em 2004, foi preso novamente após ficar foragido e escondido em um quarto com paredes falsas em sua residência. Isso aconteceu logo após sua condenação a oito anos de prisão em regime fechado pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

E esse não foi seu único pedido ao traficante. O homem, identificado como Vado, pedia a ajuda do cantor para pagar um carregamento de cocaína. "Nós jogamos a tarrafa para buscar o que tinha em razão do tráfico de drogas, e aí fomos pescando aquilo que vinha pela tarrafa. E, nessa pescaria, acabou caindo essa gravação do Belo, mostrando a participação dele", explicou Zaqueu Teixeira. 

"Um dos alvos monitorados com interceptação telefônica era um traficante, líder no Jacarezinho, chamado de Vado. Nessas conversas, eles demonstravam uma certa intimidade, uma relação pessoal que não era uma coisa ocasional", complementou o ex-chefe de polícia Álvaro Lins. "Ter falado no telefone um minuto e alguns segundos com esse cara, com certeza foi o maior erro que eu cometi na minha vida", concluiu o artista.

OUTROS PROBLEMAS

Poucos anos antes de enfrentar problemas judiciais, Belo anunciou sua saída do grupo Soweto. Mesmo negando que estaria pensando em seguir carreira solo, o artista optou pela mudança logo após a compra do grupo pelo ex-jogador Denilson. "O Belo queria um reconhecimento do grupo", confessou José Hamilton, ex-empresário. "A gente deixava o Belo falar. Ele era a imagem do grupo (...) Ele aparecendo e todo mundo, como um conjunto, ia se beneficiar com isso", Criseverton, criador do Soweto.

O responsável pelos direitos do grupo Soweto o acionou judicialmente, alegando que Belo teria quebrado um contrato ao deixá-los para seguir carreira solo, perdendo a ação. Logo depois, Denilson entrou com um novo processo contra o cantor, que só terminou neste ano. O ex-vocalista da banda realizou o pagamento de R$ 7 milhões e conseguiram retomar a amizade com o fim da dívida milionária.

Leia também: Datena é demitido da Band após 21 anos; emissora alega 'comum acordo'

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko