Mohamed Al Fayed, ex-sogro de Princesa Diana, é acusado de abuso sexual e estupro - Reprodução/Getty Images/Bettmann
escândalo

Ex-sogro de Princesa Diana é acusado de abusar e estuprar mais de 200 mulheres

Mohamed Al Fayed é acusado de abusar e estuprar mais de 200 mulheres. O dono da empresa Harrods ficou conhecido por ter sido ex-sogro da Princesa Diana

Gabriel Perline Publicado em 03/10/2024, às 14h15

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Um ano após a morte de Mohamed Al Fayed, uma série de acusações de abuso sexual e estupro tomaram conta das redes sociais. As denúncias contra o ex-sogro de Princesa Diana vieram à tona após a exibição do documentário Al Fayed: Predator at Harrods, da BBC. Após isso, mais de 200 mulheres relataram os crimes praticados pelo empresário contra suas funcionárias.

Mohamed Al Fayed era pai de Dodi Al-Fayed, com quem Princesa Diana manteve um relacionamento por sete meses. O casal morreu no dia 31 de agosto de 1997, após sofrerem um acidente de carro em Paris.

Mohamed Al Fayed era dono da Harrods, uma loja de departamentos badalada de Londres. De acordo com a BBC, o ex-sogro de Princesa Diana promoveu as funcionárias que considerava "válidas" para sua empresa. E os abusos ocorriam ali mesmo, além de praticar os crimes sexuais em seus imóveis ou viagens internacionais. O Hotel Ritz, em Paris, do qual era dono, também era usado para tentar "atacar" as jovens.

"Nós assistíamos umas às outras passarem por aquelas portas pensando: 'Coitadinha, hoje é com você', e nos sentíamos completamente impotentes", disse uma das funcionárias no documentário. Outra ex-assistente pessoal de Mohamed Al Fayed relatou que foi estuprada por ele após ser convocada para ir ao apartamento do empresário: "Eu me lembro de sentir o corpo dele em cima de mim. De ouvi-lo fazer barulhos e... de ir para algum outro lugar na minha cabeça".

Outra mulher, que trabalhou ao lado dele entre 1988 e 1991, sofreu mais de uma tentativa de estrupo. Ela ainda reclamou da forma como Mohamed Al Fayed é representado pela mídia, sendo retratado com uma imagem de homem simpático e excêntrico em produções, como The Crown. "Ele era nojento. Isso me deixa com raiva, as pessoas não deveriam lembrar dele assim. Ele não era assim", disparou.

"Eu não poderia ir embora. Eu não tinha uma casa de família para qual voltar, eu preciso pagar o aluguel. Eu sabia que eu precisava passar por isso, mas não queria. Foi horrível, minha cabeça ficou destruída", acrescentou. O empresário ainda invadiu o quarto de outra ex-assistente e a estuprou durante uma viagem em Paris. Ambos estavam hospedados na Vila Windsor, uma residência que pertenceu ao rei Edward 8º e foi comprada pelo ex-sogro de Princesa Diana.

"Eu disse: 'Não, não quero fazer isso.' Ele continuou tentando subir na cama, depois ficou em cima de mim e eu não consegui me mover". Depois do abuso, ele ainda foi "agressivamente mandado ela se lavar com desinfetante". "Mohamed Al Fayed era um monstruoso, um predador sexual sem nenhuma bússola moral (...) Toda a equipe da Harrods era vista como "brinquedinhos", apontou.

Reprodução/Getty Images/Shaun Curry

Em 2015, Mohamed Al Fayed teria tentado assediar uma menina de apenas 15 anos ao oferecer um emprego para ela. O empresário agarrou o rosto da garota e tentou enfiar a língua em sua boca. "Eu disse que tinha 15 anos e perguntou: 'O que você está fazendo?'. Ele respondeu que eu estava me tornando uma linda mulher e agarrou meu seio", contou à produção.

Segundo o biógrafo Tom Bower, uma das vítimas dele seria filha de um diplomata americano. A informação foi divulgada pelo portal Air Mailn. Ela teria sido convidada para fazer o design de interiores do Hotel Ritz e da casa de Mohamed Al Fayed em Saint Tropez. Ao vistar a ilha, ele a convidou para um passeio de iate e abusou dela. Com medo da repercussão, ela não denunciou o crime.

O ex-sogro da Princesa Diara ainda teria praticado crimes de abusos sexuais contra uma atriz e uma funcionária do time de futebol Fulham, do qual foi dono. Ele se apresentou como produtor de Carruagens de Fogo e abusou delas após prometer papéis na obra.

Entre a equipe da Harrods, os crimes praticados por ele não eram segredo, mas existia uma "cultura de medo" entre eles. As funcionárias tinham seus telefones grampeado e eram vigiadas por câmeras por toda a loja, além de serem intimidadas e ameaçadas pelo diretor de segurança de Mohamed Al Fayed. Muitas ainda foram demitidas sob acusações falsas de roubo e fraude. Uma de suas ex-assistentes pediu demissão após ser vítima de estupro e ele pagou uma indenização em troca de seu silêncio. 

Mesmo antes do documentário, o ex-sogro da Princesa Diana já havia recebido uma série de denúncias, mas essas não foram levadas adiante por promotores. A polícia confirmou que investigou "várias denúncias e denúncias feitas em vários anos", mas ele nunca foi acusado pelos crimes. Após a denúncia de uma jovem de 15 anos, ele foi interrogado, mas o caso também não foi apurado. Conforme a BBC, os responsáveis ainda tentaram prendê-lo duas vezes, mas o empresário "estava mal demais de saúde" para ser interrogado e acabou morrendo antes de finalizarem os processos.

*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e apaixonada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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