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Arnold Schwarzenegger: "Não penso em aposentadoria!"

Ricardo Ivanov Publicado em 07/08/2015, às 00h00 - Atualizado às 17h44

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Arnold Schwarzenegger: "Não penso em aposentadoria!" - Divulgação
Arnold Schwarzenegger: "Não penso em aposentadoria!" - Divulgação
Ele já deve ter ouvido um milhão de vezes a frase "Eu voltarei" nas ruas, seu bordão nos cinemas com o Exterminador do Futuro. Mas Arnold Schwarzenegger leva numa boa, principalmente depois de ter refinado seu trato com o público como governador da Califórnia.

Vestindo um discreto terno azul-claro, ele é baixo, mas ainda parece "grande", apesar de ser um mistério como está sua forma física hoje - claro que no filme ele pode ter tido uma ajuda dos computadores. Arnold usa um anel grande de caveira e um relógio gigante no pulso, dado de presente por um sobrinho. Com fala calma e ponderada, o astro bateu um papo com CONTIGO! em Los Angeles sobre o Brasil, boa forma aos 67 e filhos - ele teve Katherine, 25, Christina, 23, Patrick, 21, e Christopher, 17, com sua ex-mulher, Maria Shriver, 59, e também é pai de Joseph Baena, 17, fruto de um relacionamento extraconjugal com uma empregada de sua casa, que precipitou o fim do casamento.

Antes mesmo do lançamento do filme, que acontecerá no dia 2 de julho, o ator veio ao Brasil para o Arnold Classic, convenção de esportes e fitness e campeonato de fisiculturismo, que aconteceu no Rio de Janeiro entre a última sexta-feira (29) e o domingo (31).

Do que se lembra do Brasil?
Sempre amei como os brasileiros adoram esportes. Na praia inteira tem gente fazendo exercícios, jogando futebol. Achei que seria um bom lugar para fazer o Arnold Classic e estava certo, porque o evento é extremamente bem-sucedido no Brasil. As pessoas estão muito entusiasmadas.

É mais difícil ficar em forma hoje?
Obviamente há uma diferença, mas eu treino todos os dias. Tive de ganhar uns cinco quilos para o filme, porque tinha emagrecido. Em 1984 (ano do primeiro filme), eu pesava 104 quilos. E queria voltar a isso, porque é a mesma silhueta, o mesmo "esqueleto". Fiz algum treinamento, especialmente cardiovascular, porque às vezes essas sequências de ação demoram dias para filmar, e você precisa correr, pular, lutar, atravessar paredes. Precisei estar em boa forma para não me cansar.

Aprendeu a se comunicar melhor depois de ser político?
Não, acho que você precisa se comunicar com seus fãs, tanto na política quanto no cinema. Porque, sem as pessoas, você não é nada. Na política, elas precisam estar a seu lado, ou você não consegue aprovar nada. No cinema, também, porque senão ninguém vai ver os filmes. Temos sido bem-sucedidos. Outro dia vi que um garoto tinha sofrido um certo bullying por não ter conseguido levantar um peso na academia. Mandei uma mensagem de inspiração, via rede social, dizendo que era para ele não ligar e continuar. Um monte de gente curtiu. É fácil, só demora alguns segundos e leva tanto prazer para tanta gente.

O que aprendeu com seus filhos?
Quando você não tem filhos, não tem tanta paciência. Se você entra num avião e tem uma criança falando, já começa a reclamar. Depois de ter os seus, tudo muda. Dormi seis meses com minha filha Christina deitada no meu peito, quando ela não estava sendo amamentada pela Maria. E a levava para a Maria quando era hora de alimentá-la novamente. Dormia 100% antes disso. Quando são seus filhos, você não ouve os barulhos da mesma forma, não consegue dormir, aprende a trocar fraldas. Foi incrível. Acho que todos deveriam passar por essa experiência, porque aí você começa a respeitar o que os pais passaram. Não é fácil. Maria foi uma grande parceira, pois a mulher faz 80% do trabalho. Ela fez um grande trabalho ao educar as crianças.

Pensa em voltar a algum cargo político?
Não. Nunca fui um político profissional. Gostei de governar a Califórnia por aquele período, porque achei que o Estado estava em decadência. Começamos a recuperar e agora a Califórnia está indo bem, o novo governador é fantástico, está fazendo um bom trabalho. Tenho orgulho do meu governo.     

*Com reportagem de Mariane Morisawa