Ao longo do programa, público pode conhecer e se informar sobre temas que desconhecia; veja a lista
É inegável que o sucesso do Big Brother Brasil 21 se deve muito ao engajamento do público nas redes sociais. Ao longo dos 100 dias em que os telespectadores acompanharam cada detalhe do que acontecia na casa, fãs do programa pescaram situações, falas e declarações dos participantes promovendo uma série de debates. Muitas dessas discussões saíram da internet e ganharam espaço nas rodas de conversa, nas discussões familiares e mudaram os rumos do jogo.
Temas como colorismo, xenofobia, militância agressiva e bifobia entraram no radar dos telespectadores. Os debates construídos a partir do que acontecia na casa foram um dos legados da edição atual que em mais de uma oportunidade aproveitou as polêmicas do confinamento para informar.
Logo nos primeiros dias do confinamento, uma ação de um dos patrocinadores acabou gerando um debate acalorado dentro da casa. Após os homens se maquiarem e imitarem trejeitos femininos, Lumena Aleluia reclamou da situação e lembrou que o comportamento continha traços de transfobia. "Em mim, tocou em um lugar muito violento. Sei que você não tem amiga travesti ou amigo trans, então você não viu o que eu vi", disparou ela para Caio Alfiune. A situação acabou caindo em um longo debate sobre privilégio em que Fiuk chorou. "Infelizmente, quem causa isso tudo, que é uma responsabilidade que você tem que assumir, são os homens brancos privilegiados, que vão atrás, que batem, que impõem. Mas a gente precisa ouvir", declarou ele.
No início de fevereiro, o comportamento de Fiuk na casa preocupou telespectadores. Após ser flagrado chorando sem motivos em várias situações, a família do ator revelou que ele foi diagnosticado aqui fora com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade e depressão. "A maneira que a sociedade sente prazer em brincar com a dor do próximo é devastadora. Os transtornos psicológicos e seus estigmas jamais devem ser motivos de zombaria. No programa, ele está em evidente abstinência de medicações para a depressão e ansiedade. Isso vem afetando muito o estado psíquico dele", dizia a nota que comoveu o público.
Comentários da rapper Karol Conká contra Juliette também repercutiram com grande força fora da casa. "Me disseram que lá na terra dessa pessoa é normal falar assim. Eu sou de Curitiba, é uma cidade muito reservadinha", declarou ela ao criticar a forma de se expressar da paraibana. As declarações levantaram uma forte discussão sobre o tema da xenofobia contra nordestinos."Por mais que eu seja artista e rode o mundo, eu tenho os meus costumes. Eu tenho educação para falar com as pessoas. Tenho meu jeito brincalhão, mas eu não invado e não falo pegando nas pessoas. Eu acho estranho", afirmou a rapper gerando uma onda de revolta que obrigou vários famosos nordestinos a se pronunciarem nas redes sociais em apoio à maquiadora.
Os ataques de Karol Conká contra Lucas Penteado também repercutiram muito fora da casa e renderam preocupação dos telespectadores. No maior dos episódios, a cantora impediu que o ator se sentasse à mesa. "Quero comer na paz do Senhor, entendeu? Não quero que você fale enquanto eu estou na mesa comendo, obrigada, me respeita, valeu, não quero, não estou afim", disparou. Dias depois, o brother desistiria do programa após uma sucessão de acontecimentos.
A postura de Lumena Aleluia em apontar comportamentos controversos dos participantes e sua aversão ao diálogo renderam muitas críticas nas redes sociais. "Eu não quero ser palco para você ser Zumbi dos Palmares", disparou ela para Lucas Penteado em uma das situações em que mostrou falta de empatia e acolhimento. A declaração, considerada agressiva, também gerou preocupação aqui fora.
Em uma conversa polêmica, Nego Di, Karol Conká e Lumena Aleluia questionaram a negritude de Gilberto e afirmaram que ele não poderia ser considerado negro. O comentário pegou mal e provocou um debate ao vivo conduzido por Tiago Leifert. "E nessa madrugada, o assunto levantado foi colorismo. que é quando o tom da pele determina como uma pessoa negra vai ser tratada. Do ponto de vista do IBGE, que faz o nosso censo, o que vale mesmo é a autodeclaração. Então para nosso país, na hora do censo, a pessoa que declara qual é a cor da pele dela", informou ele. A expressão "colorismo", usada para esse tipo de debate, ganhou as redes sociais e se torno um dos termos mais buscados nos mecanismos de pesquisa.
A noite de discussões que culminou na saída de Lucas Penteado do BBB21 também levantou um importante debate sobre o preconceito contra pessoas bissexuais. Na ocasião, o professor João Luiz foi o único a sair em defesa do brother. "Não me defenda. Porque quem não acreditar em mim, não estou nem aí. Sou um bi com cara de hétero", disparou ele ao ser invalidado pela casa. Na ocasião, o bejo que ele protagonizou com Gilberto foi acusado de ser um esquema de jogo para ganhar popularidade.
Um comentário do sertanejo Rodolffo gerou uma grande discussão na casa. Ao comparar os cabelos do professor João Luiz com uma peruca de uma fantasia, ele revoltou o brother que fez um desabafo ao vivo. "Aquela hora no quarto, Rodolffo, eu me calei. Eu não falei nada. Mas você não sabe o quanto aquilo que você falou me machucou. Me machucou muito. Não adianta vir com discurso de que não foi sua intenção porque eu tô cansado de ouvir isso e não é só aqui dentro, é lá fora também. Nunca ninguém tem a intenção de machucar, nunca ninguém tem a intenção de fazer as coisas com a gente", disparou. A discussão foi retomada durante o programa no dia seguinte e culminou na eliminação de Rodolffo. Aqui fora, porém, parte do público não aceitou o questionamento e defendeu a declaração do cantor.