Há 21 anos marcando presença na Sapucaí, Vivianne Arapujo reina há sete à frente da bateria da Salgueiro. Rainha das rainhas, ela revela ter celulite e afirma que, aos 40, vive sua melhor fase
Foi em 1995 que Viviane Araújo, 40 anos, pisou na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, pela primeira vez, em um desfile da Império da Tijuca. De cara, a carioca fez topless em um carro alegórico, para desespero de sua mãe, que assistia a tudo da arquibancada. “Ela ficou horrorizada! Desfilei em umas quatro escolas no mesmo dia. Não sabia como chegar, sair. Usei o mesmo biquíni...”, lembra a atriz, rainha de bateria do Salgueiro há sete anos. Aliás, um Carnaval inesquecível para a carioca foi quando conquistou o seu primeiro título pela agremiação, em 2008. Ela afirma ser pé quente. “Desde que cheguei, sempre voltamos no desfile das Campeãs.”
Com uma rotina frenética nesta época do ano, Viviane se orgulha de sua origem. “Muitas coisas que conquistei na vida foram através do Carnaval”, reconhece ela, durante sessão de fotos para a campanha da coleção de inverno da Fill Sete, que CONTIGO! acompanhou com exclusividade. O segredo do sucesso? Está na ponta da língua: “O público sente que o que estou fazendo ali é de coração, tem amor, paixão, verdade. Você vê mulheres lindas que passam, bem mais bonitas do que eu.”
DEDICAÇÃO AO CARNAVAL “Trabalho muito nesta época, ensaio pra caramba! É dedicação quase que total, preciso estar bem porque é um desgaste grande. Não faço uma dieta rigorosa, adoro comer. Procuro comer coisas saudáveis, que me dão prazer: salada, carboidrato e legumes. Adoro arroz e feijão — tento comer pelo menos uma vez por semana.”
MUSCULOSA NA MEDIDA “Mudei meu treino não para não ficar muito forte, mas para definir mais, dar tônus. Tenho feito tratamentos estéticos também. Não é agradável quando a celulite aparece, mas fazer o quê? Tenho sim. Emagreço muito nessa época, mas recupero. No dia do desfile, almoço normalmente, claro que não como nada pesado. Bebo bastante líquido durante o desfile.”
INCORPORADA NO ENSAIO? “Quis fazer essa homenagem a Maria Padilha (entidade da umbanda). O Salgueiro tem essa característica do axé, de falar dos santos... Respeito, mas sou católica, por ter sido batizada na Igreja. Me identifico com o espiritismo, gosto também. Não tenho mediunidade, nada disso. As pessoas estavam falando que eu estava incorporada... Procurei encarnar a personagem que me propus a fazer. Senti a energia do local e a reação do público, que me emocionou.”
EMOÇÃO DE PISAR NA AVENIDA “Cada vez a emoção é maior, é impressionante. Parece a minha casa, amo fazer. Sei que é verdadeiro, sinto na resposta do público. Eles veem que o que estou fazendo ali é de coração, tem amor, paixão e verdade. Você vê mulheres lindas que passam pela Avenida, bem mais bonitas do que eu. Não é só isso que é preciso para conquistar o respeito e o público. Me orgulho de falar que vim do Carnaval, sou do Carnaval. Muitas coisas que conquistei na vida foram através dele.”
PAGAR OU NÃO: EIS A QUESTÃO “Nunca paguei para ser rainha. Não posso ser a favor, nem contra. Às vezes, a escola está precisando mesmo. Hoje em dia, é difícil fazer Carnaval só com o que a Liga oferece.”
OH, MEU SALGUEIRO! “O Salgueiro faz um trabalho sério. A escola vem perfeita. Chegando na Avenida, aí só depende da comunidade fazer o melhor.”
SAMBA NO PÉ? “Admirava a Monique Evans... É preciso sambar para ser rainha? Não sei. Às vezes você não samba tanto, mas tem um certo brilho. A Luiza Brunet tinha um brilho próprio que as pessoas queriam ver, respeitavam.”
O CASAMENTO VEM AÍ “Ele vai tranquilo comigo no Carnaval, é na dele, me deixa super à vontade. Quanto ao casamento, estamos resolvendo como vai ser, se vai ter igreja, se vai ser só uma celebração. Vamos resolver depois do Carnaval.”
sonho de desfilar grávida “Tenho vontade de desfilar de barrigão. É um sonho. Não é uma coisa: ‘Ai, meu Deus do Céu!’ Se acontecer, se tiver de acontecer, vou ficar super-realizada.”
MULHER DE 40 “Minha vida mudou muito aos 40 anos. Na vida pessoal mesmo, como ser humano — estou com uma outra cabeça. Profissionalmente, foi quando tudo aconteceu. Os 40 representam muito para mim.”