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Oscar Filho sonha em formar uma família

Longe da TV há três anos, o comediante aprendeu a lidar com o tempo livre. Em cartaz com o stand up Putz Grill, ele reconhece a importância do humor e da verdade

Por Mariana Silva / Fotos: Rogerio Pallatta Publicado em 19/04/2017, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Oscar Filho está com o stand up Putz Grill - Fotos: Rogerio Pallatta
Oscar Filho está com o stand up Putz Grill - Fotos: Rogerio Pallatta
Não é possível saber o que nos espera quando encontramos um humorista, mas não dá para negar que é difícil fugir de alguma piada. Assim é com Oscar Filho. Aos 38 anos, ele se tornou mais conhecido por conta do CQC - Custe o Que Custar (Band), programa do qual se despediu em novembro de 2014. De lá para cá, o tempo longe da TV o fez refletir mais sobre seus próximos passos. Atualmente, ele está em cartaz no Teatro Gazeta, em São Paulo, com o stand up Putz Grill, o qual já faz há nove anos. Além disso, recentemente, ele encarou sua segunda experiência como diretor no monólogo O Namorado da Minha Namorada, mas garante que não vai levar a experiência adiante. “Não tenho vontade de largar tudo para ser diretor, exige muita coisa. É uma experiência mais pessoal, tenho que me identificar com o texto”, explica.Em conversa com a CONTIGO!, ele ainda revela que não sente saudades de trabalhar na TV, não se importa em envelhecer e que, agora, lhe faltam pequenas coisas, como casar e ter filhos. Confira o bate-papo! 

Oscar mantém a peça há nove anos

Vivendo bem “Fiquei mais ou menos um semestre sem fazer absolutamente nada. Se eu fosse viciado em TV, certeza teria entrado em parafuso. Acho que a questão financeira vai de como você encara a vida. A gente não precisa de muito para viver. Se eu quiser ostentar, aí fica difícil mesmo. É o que dizem, se você come caviar sempre, acaba virando feijão com arroz. Penso que certas coisas precisam ser especiais.”

Sem rotina “No começo, eu estranhei. Era workaholic e do nada veio uma pausa. Passei a refletir sobre meu tempo e o que estava fazendo com ele. Hoje, tenho ido para piscina (risos). Estou ficando mais em casa, jogando mais vídeo-game, vendo mais filmes. Coisas que eu não fazia antes do CQC. Estou mais calmo também, não penso tanto em trabalho. Não fujo das minhas responsabilidades, mas também não me culpo se ficar sem fazer nada.”

Saudade da TV “Recebi diversas propostas mas, não desmerecendo, nada me atraiu. Não quero trabalhar por dinheiro porque sei que, depois de três meses, estarei de saco cheio. Então, prefiro ter saúde para me manter até quando der e não fazer por fazer. Óbvio que meu ego agradeceria muito, mas quero trabalhar em algo que acredite. Dinheiro é importante, porém, quando você ganha fazendo o que gosta, é muito melhor.”

O preço da fama “Não sei como estará o cenário daqui a 10 anos. Quando se está na televisão, você é quase Deus. Mais bonito, mais gostoso. Basta sair e as coisas vão mudando... Tem de saber aproveitar. As pessoas ainda me procuram, isso é bom. Mas não sei o futuro, então, vou trabalhando e fazendo o que dá.”

Oscar no Teatro Gazeta, em São Paulo, onde está em cartaz com o stand up Putz Grill

Verdade é o segredo “Para mim é tão real o que eu estou fazendo no palco, tão essencial, que, se não fosse de verdade, não aconteceria. São nove anos de Putz Grill, é preciso gostar muito. Não sei se esse é o segredo, mas você tem de  ter tesão no que faz. Em tudo. E saber lidar com a verdade, não esconder nada de si mesmo. Inclusive, a vida seria mais fácil se as pessoas não fizessem tanto teatro.”

Instrumento sofisticado “O humor é um instrumento de linguagem muito sofisticado. Nele, existem dois caminhos: sarcasmo e ironia. Se alguém não sabe lidar com isso, fica complicado. Porém, o que mais me preocupa é ver que as pessoas têm levado mais a sério o que diz um humorista do que um político, por exemplo. Falta uma certa interpretação da piada. Dá para brincar com tudo, porém, sempre há consequências, é preciso tomar cuidado. Normalmente quando a gente fala de algo pesado, o primeiro instinto do público é rir e depois reconhecer o assunto.”

Quase 40 “É bem legal ficar mais velho. Me sinto mais tudo. Queria voltar para escola com a cabeça que tenho hoje. Brincaria mais, levaria a vida menos a sério. Não acho que chegar aos 40 signifique ser velho, envelhecer é incrível. Quero fazer teatro para o resto da vida. Ser um coroa do palco, se puder.”

Família e filhos “Quando saí de Atibaia, minha cidade, queria muito ser ator, e consegui. Queria fazer filme, ser reconhecido pelo meu trabalho, escrever um livro. Tudo isso eu fiz. As grandes coisas já me aconteceram. Agora faltam as menores. Talvez casar e ter a minha família...”