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Famosos / ENTREVISTA

Bianca DellaFancy fala sobre a arte drag no Brasil: ‘Não está somente dentro da boate’

Em entrevista à Contigo! a artista que é referência na arte drag no Brasil ressalta que as drags brasileiras não ficam atras das americanas e europeias

Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin
por Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin

Publicado em 11/06/2024, às 17h00

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Felippe Souza e sua persona drag Bianca DellaFancy - Foto: VidaFodona
Felippe Souza e sua persona drag Bianca DellaFancy - Foto: VidaFodona

Bianca DellaFancy, drag queen que faz sucesso no Brasil é a persona do ator Felippe Souza. Em alta no mundo digital como podcaster, youtuber e influenciadora, a artista está fazendo carreira também na televisão, compondo o elenco de Renascer, na Globo e apresentando o programa Dando Duro, na DiaTV. Tudo isso comprova o que a artista ressalta em entrevista à Contigo!: “O que eu faço com o meu trabalho é mostrar que a arte drag não está somente dentro da boate.”

Em entrevista, Felippe conta que a sua personagem Bianca, nasceu aos poucos e junto com isso veio a sua vontade de ser livre e de expressar artisticamente: “Comecei usando a maquiagem da minha mãe, a roupa que eu peguei de alguém daqui e dali, a peruca de 10 reais e fui construindo. Foi então que comecei a me montar com mais frequência. A convite de um grande amigo meu, que tinha uma festa na época, eu virei DJ. Depois disso, comecei a tocar em festas aqui em São Paulo e também na praia, onde eu morava com meus pais. Nesse momento comecei a sentir a necessidade de ser livre, de poder me expressar artisticamente. Morar com meus pais, que até então não conseguiam compreender e aceitar minha arte, me fazia sentir podado, o que afetava minha liberdade. Então, saí de casa e vim morar sozinho em São Paulo. Aluguei um quartinho e comecei a trabalhar como DJ. Mas eu sabia que isso não podia ser meu único foco, porque o salário de DJ na época, e até hoje, é muito pouco. Eu não conseguiria me sustentar em São Paulo apenas com o que ganhava como DJ. Foi então que percebi que precisava de um projeto pessoal, algo além de um hobby.”

O artista então deu início ao seu canal no Youtube, começou a crescer na web e se tornou uma das drags que mais faz publicidade no Brasil: “Então, sentei no meu quartinho, peguei um papel e comecei a escrever sobre o projeto de criar um canal no YouTube. Como mencionei anteriormente, comecei a escrever o que queria que as pessoas sentissem a partir dos meus vídeos, e foi quando tudo começou. Meus vídeos começaram a estourar, as pessoas começaram a me conhecer dentro da comunidade. Aos poucos, fui furando a bolha. As marcas foram conhecendo meu trabalho, gostando das minhas falas e posicionamentos, e começaram a me convidar para fazer publicidade. Foi assim que comecei a firmar meu nome dentro da publicidade. Hoje em dia, sou uma das drags que mais faz publicidade neste país. Foi assim que eu, um menino de Santos que queria ser livre e se expressar, transformei essa experiência em uma carreira.” disse.

Bianca DellaFancy e Rafa Chalub
Foto: Divulgação/DiaTV

Além do seu papel em Renascer, como a personagem drag Janaína, Bianca DellaFancy está ao lado do humorista Rafa Chalub, no programa Dando Duro, em que eles mergulham no universo do homem hétero e mostram como algumas atividades são estereotipadas pela sexualidade de quem a executa. Para a Contigo! Felippe fala sobre o momento próspero de sua carreira e garante que as drags brasileiras não estão atrás das americanas e europeias, pelo contrário: “A arte drag no Brasil é uma das melhores, se não a melhor do mundo. Não devemos nada para as artistas americanas e europeias (...) Nós podemos estar em todos os lugares, fazendo muitas coisas, pois somos extremamente capacitados. Estamos na novela, na música, no cinema, e também na boate, mas não apenas lá. Não precisamos ficar fadados a ocupar só um lugar que nós mesmos construímos. Podemos sair de lá e fazer o que bem entendermos, porque fazemos tudo muito bem feito.”

E finaliza: “É importante pulverizar o conceito de liberdade, pois isso é arte drag. Qualquer um pode ser drag; não é uma identidade de gênero, mas uma expressão artística que qualquer um pode fazer, seja hétero, LGBT, cis ou trans. É uma forma de expressar a liberdade e acessar lugares dentro de si que, muitas vezes, são difíceis de acessar. A arte drag facilita isso. Portanto, a importância é essa; continuar falando para as pessoas o que é a arte drag, incentivando-as a consumir e fomentar uma forma de se expressar e de ser livre, sem as amarras que uma sociedade antiga teima em colocar na gente.”