Testamento deixado por jornalista Cid Moreira poderá ser anulado caso Justiça negue vontade do comunicador envolvendo os filhos
Falecido na última quinta-feira (3) aos 97 anos, Cid Moreira (1927-2024) poderá ter seu testamento anulado por uma decisão judicial. Em suma, ele pediu para que sua herança não fosse compartilhada com Rodrigo e Roger Moreira, deixando à viúva Fátima Sampaio Moreira a maioria dos bens.
Entretanto, segundo juristas ouvidos pela coluna Veja Gente, de Valmir Moratelli, o juiz responsável poderá pedir a anulação do testamento caso confirma retirada da herança aos filhos. Horas após a morte do comunicador, os herdeiros já haviam feito o pedido de abertura do inventário do pai.
Apesar da lei exigir herança legal aos herdeiros, Cid Moreira se baseou no fator da indignidade, de acordo com o Código Civil brasileiro. Por já ter sido acusado por Roger de estupro, entre outros crimes, o rapaz por ser deserdado por ter imputado ao testador crime doloso.
Sendo assim, Fátima pode mover uma ação pedindo que os filhos de Cid Moreira sejam "indignos" da herança, estimada em R$ 60 milhões. Caso ela não abrir a ação, eles serão considerados herdeiros por direito a parte do matrimônio do comunicador.
Roger Moreira, o filho deserdado de Cid Moreira, pediu a prisão do pai em 2022, dois anos antes de sua morte. O eterno âncora do Jornal Nacional faleceu na manhã desta quinta-feira (3) aos 97 anos após travar uma batalha de 29 dias contra a pneumonia. Relembre a história que quase deixou o jornalista por trás das grades:
Naquele ano, o rapaz denunciou o comunicador por homofobia e infrações ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), chegando a formalizar os documentos no Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com informações do Notícias da TV, Roger alega que o pai tentou desfazer sua adoção assim que se casou com Maria de Fátima Sampaio sob o argumento do filho ser gay.