Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do SBT, grava vídeo em que fala sobre o processo de estupro contra Otávio Mesquita
Publicado em 15/04/2025, às 19h52
Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do The Noite, quebrou o silêncio em um vídeo divulgado nas redes sociais, nesta terça-feira (15), para relatar um episódio que, segundo ela, mudou sua vida. Ela acusa o apresentador Otávio Mesquita de tê-la violentado durante uma gravação em 2016 e detalha não apenas o ocorrido, mas também a forma como a emissora e os colegas de trabalho teriam reagido após o caso. Juliana relata que só agora decidiu falar publicamente por estar, finalmente, em condições de cuidar de sua saúde mental. “Eu demorei para me pronunciar porque estava cuidando da minha cabeça”, explicou.
Ela conta que tudo havia sido previamente ensaiado para a cena com Mesquita, mas o que aconteceu no momento da gravação fugiu completamente do combinado. “O cara já chegou com as duas mãos na minha bunda, no meu peito. Eu dei um chega pra lá nele, mas ele não parava. Ele me agarrou à força. Aquilo ali foi uma violência”, declarou, visivelmente abalada. Juliana reforça que o que ocorreu foi contra sua vontade e que as imagens demonstram claramente seu desconforto. “É nítido o meu desconforto no vídeo. Aquilo não foi consentido”, afirmou.
Juliana também criticou a forma como foi tratada após levar o caso à equipe do programa e à direção do SBT. Ela afirma que procurou Danilo Gentili, seu diretor e os produtores, mas que sua queixa teria sido tratada de maneira informal e insuficiente. “A solução que acharam foi me esconder no banheiro sempre que o Otávio aparecia no estúdio”, denunciou. Segundo ela, em vez de afastarem o acusado, preferiram isolá-la como se ela fosse a culpada. “Eu era trancada no banheiro como se a errada fosse eu, como se a criminosa fosse eu”, desabafou.
A ex-assistente revelou ainda que temia represálias por parte do SBT e de Otávio Mesquita, que considera influente na emissora. “Eu tinha medo de denunciar esse cara e perder o emprego. Eu tava mexendo com gente grande”, declarou. Mesmo assim, Juliana procurou o setor de compliance da empresa. Segundo ela, reuniões foram feitas e a promessa era de investigação e sigilo. No entanto, em fevereiro de 2024, ela foi desligada do programa. Ao questionar o andamento da denúncia, recebeu como resposta: “Juliana, uma coisa não tem nada a ver com a outra, né?”.
Juliana finaliza o relato criticando a falta de apoio institucional por parte da emissora. “Eu fiz uma denúncia para uma empresa comandada por mulheres e nem ao menos elas me ouviram”, lamentou. Ela diz que só buscou a Justiça porque, segundo suas palavras, “o SBT não fez p*rra nenhuma”.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Adriane Galisteu presta apoio a Otávio Mesquita após acusação de estupro