Atriz Fernanda Montenegro chama Bolsonaro de "monstro" e reflete sobre momento atual do país; veja
Em entrevista recente à TV 247, a atriz Fernanda Montenegro, de 93 anos, fez uma reflexão sobre o momento atual das artes no Brasil. Em determinada parte do depoimento, a dama da dramaturgia chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, de “monstro” se referindo aos últimos quatro anos.
Questionada pela jornalista Hildegard Angel sobre qual seria a coisa mais encantadora que ela teria visto no teatro recentemente, Fernanda respondeu que tem ido muito a muitas peças e que o faz em um “ato de fé”. Ela completou dizendo que agradece a oportunidade de presenciar a “potência teatral”, especialmente por conta do momento que o país viveu recentemente: “Nós estamos vindo de uma hora mortal, mortal. Nós tivemos um homem por quatro anos que nos destruiu”.
Em seguida, a artista se propôs a fazer uma “análise do personagem” do ex-presidente e também do cenário que contribuiu para que ele chegasse ao poder. “Se o Brasil tivesse sido cuidado com mais cuidado, não se chegaria a esse monstro a que chegamos por quatro anos. Houve sempre algo que foi pendurando, pendurando….Por que um um país aguentou isso dessa forma?”
A carioca disse acreditar que a ascensão do bolsonarismo faz parte de um longo processo. “Esse caráter e essa paciência de aguentar esse caráter veio pelo tempo, sempre transformando e transferindo o ganho real da sobrevivência social. Sempre chega até um ponto e para”, afirmou. Ela ainda disse observar que o povo brasileiro está menos otimista: "Acho que já tivemos mais esperança”.
Em outubro do ano passado, a imortal da Academia Brasileira de Letras declarou voto em Lula. Na ocasião, ela disse à Veja: “Sem a cultura das artes um país não existe. Está provado na História. O atual governo é tragicamente inoperante. Vendável e comprável. Na concorrência, Lula está à frente? Que venha Lula”.
Em outra oportunidade, no início de 2022, ela também falou em esperança: "Hoje a esperança, mais do que nunca, tem que ser ativa. Estamos com esse trágico governo, um presidente que faz como símbolo da sua atividade presidencial uma mão (faz o gesto de Jair Bolsonaro) que é uma arma ou o sexo de um homem. É um emblema sórdido".
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As duas enviaram um ipê ao casal. A ideia é que ele fosse plantado no terreno que é alvo de disputa próximo ao Teatro Oficina como um símbolo de resistência. Com o presente, as duas se posicionaram a favor da construção de um parque ao redor do Rio Bexiga.
Zé Celso agradeceu o presente em uma mensagem à Folha de S. Paulo. "É um presente de casamento ousado e revolucionário. Só pessoas com a imaginação intelectual delas podem perceber o grande significado dessa árvore, porque nós vamos plantar exatamente no terreno onde vamos fazer o parque do Bexiga. O ipê vai praticamente abrir o parque. Então, de alguma maneira, elas vão entrar nessa luta de conseguir com o Silvio Santos o terreno", afirma.